Brasil, 20 de abril de 2025
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📉 Bolsas globais despencam e Nasdaq entra em “bear market” devido à guerra tarifária

Escalada entre EUA e China derruba mercados e acende alerta para recessão global
Queda na Nasdaq. Foto: Diário do Povo

Em 4 de abril de 2025, os mercados financeiros globais enfrentaram um dia de fortes perdas, impulsionadas pelo agravamento da guerra comercial entre Estados Unidos e China. O impacto foi sentido em todas as principais bolsas do mundo, levando o índice Nasdaq, referência do setor de tecnologia, a entrar oficialmente em território de “bear market”.

Com queda de aproximadamente 5% no dia, o Nasdaq acumula agora mais de 20% de desvalorização desde seu pico histórico, registrado em dezembro de 2024. A forte correção acende o alerta para o risco de recessão global, em um momento de alta sensibilidade dos mercados diante de incertezas geopolíticas e econômicas.

Mercados reagem negativamente à retaliação da China

A nova onda de instabilidade foi deflagrada após a China anunciar a imposição de tarifas de 34% sobre todas as importações provenientes dos Estados Unidos. A medida, claramente retaliatória, veio em resposta às tarifas implementadas previamente pelo governo do ex-presidente Donald Trump, que tem adotado um discurso cada vez mais protecionista em sua pré-campanha eleitoral.

Em reação, Trump acusou a China de ter “jogado errado” e sinalizou a possibilidade de novas sanções, incluindo a taxação de produtos estratégicos como medicamentos e microchips — setores altamente sensíveis tanto para a economia americana quanto para a cadeia de suprimentos global.

Europa e Brasil também sofrem com o impacto da tensão comercial

O efeito dominó se espalhou rapidamente. Na Europa, o índice FTSE MIB, da Itália, despencou 6,53%, enquanto o IBEX 35, da Espanha, recuou 5,9%, registrando sua pior queda desde março de 2020, no auge da pandemia da covid-19.

No Brasil, o Ibovespa seguiu o movimento global e caiu 3,11%, fechando o pregão aos 127.056,09 pontos. O dólar comercial disparou 3,24%, sendo cotado a R$ 5,812, o que pode pressionar ainda mais a inflação brasileira, especialmente em setores dependentes de importações.

Especialistas aumentam projeções de risco de recessão

Economistas do JPMorgan elevaram para 60% a probabilidade de uma recessão global nos próximos meses, diante da escalada das tensões entre as duas maiores economias do mundo.

“A guerra tarifária atinge cadeias globais de produção e reduz a previsibilidade para empresas e investidores. A consequência direta é a desaceleração do comércio e do crescimento mundial”, afirmou a analista financeira Claudia Moreira ao Blomberg.

A volatilidade, segundo especialistas, deve permanecer elevada nos próximos dias, com os mercados atentos aos desdobramentos políticos e diplomáticos do conflito comercial.

investidores aguardam posicionamento do federal reserve

Em meio ao cenário de tensão, os olhos se voltam para o Federal Reserve. O presidente da instituição, Jerome Powell, deve se pronunciar ainda nesta semana, e o mercado aguarda possíveis sinais sobre ajustes na política monetária que possam amortecer os impactos negativos da guerra tarifária.

Alguns analistas já cogitam a possibilidade de cortes emergenciais nos juros para estimular a economia, embora o banco central americano tenha adotado uma postura cautelosa em relação à inflação nos últimos meses.

perspectivas indicam necessidade de cautela

Com os mercados globais instáveis, investidores são aconselhados a manter postura conservadora no curto prazo. A guerra tarifária tende a influenciar os preços de commodities, a confiança dos consumidores e o fluxo de investimentos internacionais.

Governos ao redor do mundo também deverão atuar para mitigar os efeitos econômicos dessa disputa comercial, com possíveis pacotes de estímulo e articulações diplomáticas para tentar evitar um aprofundamento da crise.

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