O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), confirmou sua pré-candidatura à Presidência da República nas eleições de 2026. O anúncio oficial será feito na próxima sexta-feira (4/4), em Salvador (BA), durante a cerimônia em que receberá o título de cidadão baiano, em um evento carregado de simbolismo político.

Lançamento da pré-candidatura será em reduto petista
A escolha da capital baiana para o lançamento da pré-candidatura não é aleatória. Salvador está no coração do Nordeste, região historicamente dominada pelo PT, partido do atual presidente Lula. A estratégia de Caiado é clara: sinalizar que pretende disputar terreno no maior colégio eleitoral da região. O evento contará com a presença de lideranças do União Brasil, como o prefeito de Salvador, Bruno Reis, e o ex-deputado ACM Neto.
“Hora de endireitar o Brasil”, diz Ronaldo Caiado
Por meio das redes sociais, Caiado declarou: “É hora de virar a página e escrever um novo capítulo na história do Brasil”. A frase é um aceno à sua base conservadora, marcando o início de uma campanha que promete polarizar com a esquerda. Segundo ele, o lançamento da pré-candidatura é o “primeiro passo” para “endireitar o Brasil”.
Caiado x Bolsonaro: reaproximação em meio a rivalidade
A movimentação de Caiado ocorre em meio a uma relação ambígua com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Antigos aliados, os dois romperam durante a pandemia da Covid-19, mas voltaram a se falar recentemente, após a manifestação de Bolsonaro no Rio de Janeiro. Apesar do contato, aliados de Caiado garantem que a ligação não significa uma retomada da aliança, apenas que “as pontes não foram queimadas”.
Curiosamente, Bolsonaro marcou um evento político para o mesmo dia do lançamento da pré-candidatura de Caiado: um almoço com o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD). O gesto foi interpretado nos bastidores como uma tentativa de esvaziar a movimentação do goiano.
Uma nova tentativa rumo ao Planalto
Caso a candidatura se concretize, será a segunda vez que Ronaldo Caiado disputará o cargo de presidente. A primeira foi em 1989, na eleição que marcou o retorno do voto direto para presidente no Brasil, quando saiu derrotado por Fernando Collor. De lá para cá, construiu uma carreira consolidada como deputado, senador e agora governador reeleito.