Três dias após o terremoto de magnitude 7,7 que atingiu o Sudeste Asiático, equipes de resgate intensificam as buscas por sobreviventes em Mianmar e Tailândia. O número de mortos já ultrapassa 2.000, e centenas continuam desaparecidos em meio aos escombros de edifícios colapsados.

Esperança entre os escombros em Mianmar e Tailândia
Em Mandalay, cidade próxima ao epicentro do tremor em Mianmar, quatro pessoas foram resgatadas com vida — entre elas, uma mulher grávida e uma criança. Em Bangkok, na Tailândia, sinais de vida foram detectados sob os destroços de um arranha-céu inacabado, onde cães farejadores e máquinas especializadas continuam os trabalhos intensivos de resgate.
Conflito agrava crise humanitária
A guerra civil em Mianmar dificulta severamente os esforços de ajuda. Regiões próximas às linhas de frente continuam inacessíveis para socorristas, enquanto grupos rebeldes denunciam ataques aéreos mesmo após a tragédia. A ONU e países vizinhos pedem cessar-fogo imediato para facilitar as operações de resgate e distribuição de ajuda.
— O acesso a todas as vítimas é um problema… dada a situação do conflito — afirmou Arnaud de Baecque, representante do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
Tailândia investiga causas de colapso em arranha-céu
Na capital tailandesa, o número de mortos no desabamento do edifício subiu para 12, com 75 desaparecidos. Autoridades locais investigam a qualidade dos materiais usados na construção, após testes iniciais apontarem aço abaixo do padrão. O governo promete ampliar a apuração.
Corrente internacional de solidariedade
Países como China, Índia, Malásia, Cingapura, Rússia e Estados Unidos enviaram equipes de resgate, suprimentos e recursos financeiros para ajudar as vítimas. A ONU também atua em Mandalay, apesar das dificuldades logísticas e do trauma vivido pelas próprias equipes.
— Não importa quanto tempo trabalhamos. O mais importante é levar esperança à população — disse Yue Xin, líder da equipe de resgate chinesa.
Mianmar vive colapso estrutural
O terremoto escancarou a fragilidade da infraestrutura de Mianmar, onde pontes, ferrovias e hospitais estão danificados. Mais de 3,5 milhões de pessoas já estavam deslocadas devido ao conflito. Agora, muitas dormem ao relento e enfrentam falta de alimentos, água potável e assistência médica.
— As estruturas de saúde estão comprometidas. É uma crise dentro de outra — lamentou de Baecque, do CICV.