A líder da extrema direita francesa, Marine Le Pen, foi condenada por peculato nesta segunda-feira (31) e impedida de concorrer a cargos públicos por cinco anos, o que a exclui da corrida presidencial de 2027, a menos que sua apelação seja bem-sucedida. Ela também recebeu pena de prisão domiciliar e multa de €100 mil.

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Condenação tira Le Pen da disputa presidencial
Marine Le Pen, 56, foi considerada culpada de desviar fundos do Parlamento Europeu, onde atuava como eurodeputada, e usá-los indevidamente em benefício pessoal e partidário. A sentença inclui quatro anos de prisão — dois suspensos e dois a cumprir em prisão domiciliar — e uma multa de €100 mil. A inelegibilidade começa imediatamente, conforme solicitação dos promotores.
Defesa vai recorrer, mas execução provisória já afasta Le Pen
O advogado da líder da União Nacional (RN) confirmou que recorrerá da sentença. No entanto, mesmo durante a tramitação do recurso — que pode levar meses ou anos — a proibição de concorrer a cargos públicos permanece ativa por execução provisória. Le Pen deixou o tribunal em Paris antes da leitura da sentença e não se manifestou.
Reações políticas polarizadas
A decisão gerou reações intensas na França e em toda a Europa. O presidente do RN, Jordan Bardella, classificou a condenação como “a morte da democracia francesa”, enquanto parlamentares centristas e progressistas defenderam a aplicação rigorosa da lei. O parlamentar Sacha Houlie afirmou: “A sociedade está tão doente que se ofende com o império da lei?”
Impacto na extrema direita europeia sem Marine Le Pen
Le Pen era considerada favorita para as eleições presidenciais de 2027, em sua quarta e última tentativa ao cargo máximo francês. Sua exclusão pode provocar reestruturações profundas no cenário político francês e abalar a articulação da extrema direita no continente. Líderes da Itália, Espanha e Holanda manifestaram solidariedade à francesa.
Parlamentar até 2029
Apesar da condenação, Le Pen manterá seu mandato na Assembleia Nacional até 2029, a menos que novas eleições sejam convocadas. Ela reiterou que continuará atuando contra o governo e defendeu o direito do RN de apresentar votos de desconfiança, caso necessário.