Brasil, 2 de abril de 2025
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Governo de transição na Síria encerra “Era Assad” e inicia reestruturação do país

A transição marca o início de uma nova era política no país após décadas sob domínio da família Assad. Foto: Fotos Públicas

O presidente Ahmed al-Sharaa, neste sábado, 29 de março, a formação de um governo de transição na Síria, marcando o início de uma nova era política no país após décadas sob domínio da família Assad, e sinalizando um movimento em direção à reconstrução e ao diálogo com o Ocidente

Governo de transição na Síria
Síria comemorando a queda do ditador Bashar al Assad, Damasco 2024.
Foto: RS Fotos Públicas.

Síria inicia nova fase política com governo de transição

A criação do governo de transição na Síria representa um momento histórico para o país, que por décadas esteve sob o regime autoritário da família Assad. Desde a deposição de Bashar al-Assad, em dezembro, por meio de uma ofensiva relâmpago de grupos rebeldes, a expectativa internacional era pela formação de um novo gabinete que refletisse melhor a diversidade da sociedade síria — e esse passo foi finalmente dado.

Sob a liderança de Ahmed al-Sharaa, presidente interino desde janeiro, o governo interino assume a missão de restaurar instituições públicas e conduzir o país até as próximas eleições, previstas para ocorrerem dentro de um período de até cinco anos. O modelo adotado elimina a figura do primeiro-ministro, consolidando Sharaa como o principal nome do Executivo sírio neste momento de reconstrução.


Inclusão e diversidade marcam composição ministerial

Respondendo a fortes pressões do Ocidente e de países árabes, o novo governo procurou representar diversas comunidades étnicas e religiosas da Síria. Entre os nomes anunciados, destacam-se figuras que simbolizam essa tentativa de inclusão. Hind Kabawat, mulher cristã conhecida por sua atuação em direitos civis, assumirá o Ministério dos Assuntos Sociais e do Trabalho. Já Mohammed Yosr Bernieh foi escolhido para comandar as Finanças.

Além disso, dois nomes do antigo governo provisório foram mantidos: Murhaf Abu Qasra segue como ministro da Defesa, e Asaad al-Shibani continua à frente do Ministério das Relações Exteriores. Essa continuidade é vista como uma tentativa de preservar certa estabilidade durante a transição.


Pressões internacionais e tensões internas aceleraram governo de transição na Síria

A urgência por uma reestruturação política mais representativa ganhou força nas últimas semanas após relatos de massacres contra civis da minoria alauíta, à qual pertence o ex-presidente Assad, em regiões costeiras da Síria. Os episódios de violência aumentaram a pressão internacional por uma resposta política rápida e eficaz.

Diante desse contexto, a declaração constitucional publicada neste mês trouxe diretrizes importantes para o período de transição. O documento assegura a centralidade da lei islâmica no ordenamento jurídico, mas também garante direitos fundamentais, como liberdade de expressão e direitos das mulheres — uma tentativa de equilibrar tradição e modernização.


Caminho incerto, mas com sinais de abertura

A formação do novo governo não elimina os desafios. O país ainda enfrenta tensões sectárias, instabilidade econômica e desconfiança internacional. No entanto, ao anunciar um governo de transição que contempla diferentes segmentos da sociedade e sinaliza abertura ao diálogo externo, Ahmed al-Sharaa aposta em um caminho que pode reposicionar a Síria no cenário global e dar início a um processo real de reconstrução nacional.


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