Brasil, 31 de março de 2025
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Produção industrial brasileira cai pelo quarto mês consecutivo

A produção industrial do Brasil enfrenta desafios, com queda contínua e otimismo cauteloso entre empresários.
Esse cenário tem gerado preocupação entre empresários do setor, sinalizando um desaquecimento significativo na atividade industrial. Foto: Agência CNI de Notícias

A produção industrial brasileira registrou queda pelo quarto mês consecutivo, de acordo com a Sondagem Industrial divulgada nesta terça-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O índice que mede a evolução da produção caiu de 48,5 pontos em janeiro para 48 pontos em fevereiro, apresentando um recuo que ultrapassa o padrão habitual para este período. Esse cenário tem gerado preocupação entre empresários do setor, sinalizando um desaquecimento significativo na atividade industrial.

Causas da queda na produção

Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, comentou que, embora a retração entre janeiro e fevereiro seja comum, a intensidade da queda em 2025 acende um sinal de alerta. Os industriais destacam a alta de juros como um dos principais fatores que têm reduzido a demanda, impactando diretamente a produção. Com as taxas elevadas, o custo de crédito aumenta, dificultando o investimento e a expansão de negócios que são cruciais para a recuperação industrial.

Foto: Agência CNI de Notícias

Emprego no setor industrial apresenta crescimento

Apesar da queda na produção, um dado surpreendente é o crescimento do emprego no setor industrial. O índice que mede o número de trabalhadores subiu de 49,6 para 50,3 pontos, indicando um leve avanço nas contratações. Para Azevedo, esse movimento demonstra que, mesmo diante do desaquecimento na produção, os empresários mantêm expectativas positivas para 2025, o que sugere uma confiança de que a situação pode se reverter nos próximos meses.

Foto: José de Paulo Lacerda / Agência CNI de Notícias

Utilização da capacidade instalada e estoques

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI), que mede o quanto da capacidade produtiva das indústrias está sendo efetivamente utilizada, ficou em 69% em fevereiro. Isso significa que, em média, as fábricas operaram com cerca de 31% de ociosidade, o que pode indicar uma demanda fraca ou cautela por parte dos empresários ao decidir aumentar a produção. Entretanto, esse percentual foi um ponto percentual acima do registrado no mesmo mês do ano passado, o que mostra uma leve recuperação em relação ao exercício anterior.

Além disso, os estoques das indústrias tiveram um desempenho abaixo do planejado em 10 dos últimos 12 meses, refletindo ajustes nas estratégias das empresas diante da demanda enfraquecida. Este comportamento sugere que os empresários estão sendo mais cautelosos em relação à produção, optando por não sobrecarregar seus estoques em um ambiente incerto.

Expectativas e planos para o futuro

Conforme a Sondagem da CNI, para os próximos seis meses, as projeções dos empresários continuam positivas. Há uma expectativa de aumento na demanda, nas exportações, nas compras de matérias-primas e nas novas contratações. Contudo, a intenção de investimento caiu para 57,5 pontos em março, número que demonstra um recuo comparado aos níveis registrados no final de 2024. Essa diminuição sugere que as altas taxas de juros estão impactando negativamente as decisões de expansão dos negócios.

Embora a situação atual da produção industrial como um todo possa parecer desafiadora, as expectativas mais otimistas ainda permanecem. Os empresários precisam balancear cautela com a necessidade de crescer e se adaptar em um cenário econômico que está em constante mudança. À medida que o ano avança, será crucial observar como as condições do mercado se desenvolverão e se a confiança no setor conseguirá se firmar, apesar dos desafios enfrentados.

Foto: Agência CNI de Notícias

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