Brasil, 18 de março de 2025
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Papa pede reflexão e paz em carta ao mundo

O pontífice apela pelo fim dos conflitos e a importância do diálogo em uma mensagem ao Il Corriere della Sera.
"As palavras têm o poder de transformar, e é nosso dever usá-las com responsabilidade e amor", disse o Papa em carta. Foto: Divulgação/ Vatican Media

O Papa pede reflexão e paz em carta ao mundo, o pontífice fez um apelo profundo e necessário em uma carta enviada ao diretor do jornal italiano Il Corriere della Sera, datada de 14 de março. Na correspondência, ele destaca a urgência de desarmar as palavras como um primeiro passo para desarmar as mentes e, consequentemente, preservar o nosso planeta em um tempo onde os conflitos parecem estar em ascensão. Essa mensagem ressoa ainda mais forte em um mundo atormentado por guerras e divisões.

A mensagem papal

Nos últimos anos, temos testemunhado uma escalada de tensões em diversas partes do planeta, o que torna ainda mais pertinente a reflexão sobre o papel da comunicação na promoção da paz. O Papa Francisco sempre foi um defensor do diálogo e do entendimento mútuo, e sua recente carta é um chamado à ação para que todos nós busquemos a harmonia por meio das palavras e ações.

Papa pede reflexão e paz
Santa Sé divulgou a primeira foto do Pontífice desde sua hospitalização.
Foto: Vatican News

A importância de desarmar as palavras

“Temos que desarmar as palavras, para desarmar as mentes e desarmar a Terra”, escreveu o Papa em seu apelo. Essa frase traz à tona a ideia de que as palavras possuem um poder imenso e podem ser armas ou ferramentas de construção. Muitas vezes, são elas que fomentam conflitos ou, ao contrário, podem ser usadas para promover compreensão e união. Por isso, o pontífice ressalta a necessidade de um discurso mais pacífico, que busque entender ao invés de julgar.

O Papa sugere que a maneira como nos comunicamos está diretamente ligada às situações de conflito. Ao desarmar as palavras, iniciamos um caminho para a despolarização dos ânimos e para a busca de soluções pacíficas. A reflexão e o senso de complexidade, segundo ele, são fundamentais para lidar com temas difíceis e que exigem um olhar mais atento e empático.

O chamado à calma – Papa pede reflexão e paz em carta

Além de desarmar as palavras, Francisco enfatiza a importância de um tempo de calma e reflexão. Essa ideia é ainda mais relevante em um período em que a agitação e a polarização estão em alta, tanto no cenário internacional quanto nas relações interpessoais. A mensagem do Papa pode ser vista como um convite para que todos nós façamos uma pausa, reavaliemos nosso modo de comunicação e busquemos o entendimento entre as diferenças.

O impacto da carta do Papa Francisco

O discurso do Papa ecoa em meio ao caos e à desilusão que muitos sentem neste momento. Sua mensagem de esperança pode ser um ponto de luz em tempos de escuridão. O chamado à paz e ao entendimento ressoa em várias camadas da sociedade, desde líderes políticos até cidadãos comuns que desejam um mundo mais harmônico.

As palavras do Papa também lembram que, em tempos desafiadores, é essencial encontrar formas de promover o diálogo ao invés do confronto. O fortalecimento das relações humanas através de uma comunicação mais pacífica pode não apenas ajudar a resolver conflitos, mas também criar um ambiente propício à cooperação e ao respeito mútuo.

A mensagem do Papa Francisco é um lembrete poderoso da necessidade constante de buscarmos a paz e o entendimento, principalmente em tempos de divisão e hostilidade. Desarmar as palavras e cultivar um senso de complexidade e empatia são passos vitais para criar relações mais saudáveis e uma sociedade mais unida. Ao final, o pontífice nos deixa uma lição valiosa: as palavras têm o poder de transformar, e é nosso dever usá-las com responsabilidade e amor.

Carta enviada ao diretor do jornal italiano Il Corriere della Sera

Luciano Fontana

Prezado diretor,

Gostaria de agradecer pelas palavras de proximidade com as quais desejou estar presente neste momento de doença em que, como já disse, a guerra parece ainda mais absurda. A fragilidade humana, de fato, tem o poder de nos tornar mais lúcidos em relação ao que dura e ao que passa, ao que nos faz viver e ao que mata. Talvez seja por isso que, com tanta frequência, tendemos a negar os limites e a evitar pessoas frágeis e feridas: elas têm o poder de questionar a direção que escolhemos, como indivíduos e como comunidade.

Gostaria de encorajar o senhor e todos aqueles que dedicam trabalho e inteligência para informar, através de instrumentos de comunicação que agora unem nosso mundo em tempo real: sentir toda a importância das palavras. Elas nunca são apenas palavras: são fatos que constroem os ambientes humanos. Elas podem conectar ou dividir, servir a verdade ou se servir dela. Precisamos desarmar as palavras para desarmar as mentes e desarmar a Terra. Há uma grande necessidade de reflexão, de calma, de um senso de complexidade.

Enquanto a guerra apenas devasta as comunidades e o meio ambiente, sem oferecer soluções para os conflitos, a diplomacia e as organizações internacionais precisam de nova força vital e credibilidade. As religiões, além disso, podem se valer da espiritualidade dos povos para reacender o desejo da fraternidade e da justiça, a esperança de paz.

Tudo isso exige comprometimento, trabalho, silêncio e palavras. Sintamo-nos unidos nesse esforço, que a Graça celeste não deixará de inspirar e acompanhar.

Francisco

Roma, Policlínica Gemelli, 14 de março de 2025

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