Brasil, 17 de março de 2025
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Alimentação saudável ganha força e novas oportunidades em 2025

O setor plant-based cresce no Brasil e está se consolidando como um dos mercados mais promissores no País. Com um público cada vez mais interessado em alimentação saudável e sustentável, empresas e investidores estão ampliando suas apostas em produtos à base de plantas. Esse crescimento reflete uma mudança nos hábitos alimentares, impulsionada por preocupações ambientais, bem-estar animal e benefícios à saúde.

A busca por alternativas sustentáveis

A adoção de dietas mais saudáveis passa, cada vez mais, pela inovação. Segundo Gustavo Guadagnini, CEO do Good Food Institute Brasil (GFI), a chave para transformar o setor de proteínas alternativas está na oferta de produtos acessíveis e saborosos. Ele defende que as pessoas não devem ser forçadas a mudar seus hábitos alimentares, mas sim incentivadas a experimentar novas opções que se encaixem no dia a dia.

Foto: Divulgação / New Meat

Essa preocupação ficou evidente na decisão do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, que anunciou a redução da oferta de proteínas de origem animal no cardápio dos atletas. A medida gerou polêmica, levando algumas delegações a levarem seus próprios chefs de cozinha. Apesar das críticas, a mudança faz parte de um esforço para reduzir a pegada de carbono do evento, que agora tem uma meta de diminuir em 50% as emissões de CO₂ por refeição, comparado aos Jogos de Tóquio em 2021.

“Essa decisão mostra como grandes eventos podem ser uma vitrine para a sustentabilidade. A produção de carne representa 17% das emissões globais de gases do efeito estufa, então reduzir o consumo desse produto é essencial para combater a crise climática”, explica Guadagnini.

Carne cultivada: em expansão na alimentação saudável

Além dos alimentos plant-based, outro setor que está chamando atenção é o da carne cultivada. Diferente das opções à base de vegetais, essa tecnologia permite produzir carne real a partir de células animais, sem a necessidade de abate. Segundo especialistas, esse método pode reduzir significativamente o impacto ambiental da pecuária tradicional.

Singapura foi o primeiro país a aprovar a venda de carne cultivada, seguido pelos Estados Unidos e Israel. No Brasil, o setor ainda está em desenvolvimento, mas grandes empresas como JBS e BRF já estão investindo milhões em pesquisas. A startup brasileira Cellva, por exemplo, captou R$ 6,5 milhões para desenvolver gordura de suíno cultivada.

“A carne cultivada é idêntica à carne convencional em nível celular, sem necessidade de sintetizar moléculas artificiais. Isso a torna uma alternativa real e viável para quem quer manter seus hábitos alimentares, mas com menor impacto ambiental”, explica Guadagnini.

Brasil no caminho da liderança da alimentação saudável

Embora ainda esteja atrás de países como EUA, Israel e Singapura, o Brasil tem potencial para se tornar uma referência global no setor de proteínas alternativas. O país já conta com 21 grupos de pesquisa dedicados ao tema, além de instituições como a Embrapa, que está desenvolvendo técnicas para produção de frango cultivado.

Outra grande conquista foi a publicação da Resolução RDC Nº 839 pela Anvisa, que regulamenta o registro de alimentos inovadores, incluindo aqueles produzidos por cultivo celular. Essa regulamentação abre caminho para que empresas submetam seus produtos à aprovação no Brasil, permitindo que carnes cultivadas possam ser comercializadas no mercado nacional nos próximos anos.

Eventos para impulsionar o mercado

Para ampliar o debate sobre proteínas alternativas, o Brasil sediará, em março de 2025, a quarta edição do New Meat Brazil – Salão Internacional de Carnes Cultivadas e Proteínas Alternativas. O evento reunirá cientistas, empresários e reguladores para discutir as tendências do setor, desafios regulatórios e aceitação do mercado.

De acordo com Lúcia Abdala, CEO da New Meat Brazil, a carne cultivada pode transformar o setor alimentício global:

“Estamos diante de uma oportunidade única para tornar a produção de carne mais sustentável e acessível. Nosso objetivo é conectar líderes da indústria e promover soluções inovadoras.”

O futuro da alimentação no Brasil

O crescimento do mercado plant-based e da carne cultivada mostra que a alimentação saudável está em transformação. As empresas estão investindo em pesquisa e inovação, enquanto consumidores buscam alternativas mais saudáveis e sustentáveis.

Para que o Brasil assuma protagonismo nesse setor, será essencial aumentar os investimentos em tecnologia, garantir apoio governamental e expandir o acesso aos novos produtos. Como destaca Gustavo Guadagnini, a mudança para dietas mais sustentáveis e alimentação saudável não precisa ser radical, mas sim baseada em escolhas acessíveis e saborosas que respeitem os hábitos alimentares da população.

Seja com carnes vegetais, cultivadas ou outras inovações, o futuro da alimentação está sendo construído agora – e o Brasil tem tudo para ser um dos líderes dessa revolução. 🚀🌱

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