A Câmara Municipal de São Paulo efetivou uma mudança significativa ao aprovar, por 43 votos a favor e 10 contrários, a transformação do nome da Guarda Civil Metropolitana para Polícia Municipal. O vereador Ricardo Teixeira (União), presidente da câmara, ressaltou que essa mudança traz um novo poder e uma nova imagem para a segurança pública na cidade, afirmando: “A cidade precisa de mais policiais, isso dará mais poder.”
Histórico e regulamentação
A primeira discussão sobre essa proposta ocorreu em dezembro de 2019, mas o avanço do projeto ficou estagnado até que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidisse sobre a competência das guardas municipais. Em fevereiro deste ano, o STF autorizou as cidades brasileiras a legitimarem leis que conferem poder de polícia a suas guardas. Com isso, o município de São Paulo busca intensificar a atuação da GCM, especialmente em áreas críticas como a cracolândia, no centro da cidade.
Essa deliberação do STF foi o desfecho de um longo processo que se iniciou em 2009, com um recurso questionando as atribuições da GCM, que havia sido regulamentada pela Lei n° 13.866, sancionada por Marta Suplicy. O Ministério Público, no entanto, contestou a medida, levando o caso ao STF. A decisão final permitiu que as guardas municipais realizem policiamento ostensivo e comunitário, respeitando sempre as competências de outros órgãos de segurança pública.

A reação do Executivo e próximos passos
O Executivo municipal comemorou a aprovação da nova nomenclatura, indicando que é um avanço crucial para a segurança da cidade. Em nota, a Prefeitura anunciou que elaborará um novo projeto de lei que irá integrar diversas iniciativas de segurança urbana, incluindo treinamento e formação para os agentes da nova Polícia Municipal. O prefeito Ricardo Nunes explica que a nova lei buscará modernizar o modelo policial da cidade, consolidadando as mudanças necessárias para ampliar a eficácia da segurança pública.
“Vamos atualizar esse novo modelo de polícia municipal, com uma nova lei, abrangendo todo esse quesito,” afirmou Nunes.
Debates em outras cidades
A mudança de nomenclatura da Guarda Civil Metropolitana não é um fenômeno isolado, mas parte de um movimento mais amplo em diferentes municípios. Recentemente, Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, também tentou aprovar um projeto similar, mas o Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu a iniciativa após um pedido do Ministério Público Estadual. O desembargador Ademir Benedito enfatizou que o termo ‘polícia’ é reservado a órgãos específicos e não pode ser utilizado de forma arbitrária por municípios.
Além disso, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) também está discutindo projetos relacionados às guardas municipais, buscando reconhecê-las como parte do sistema de segurança pública do Estado e garantindo sua formação e aperfeiçoamento.
Implicações da nova nomenclatura
Com a alteração do nome, surgem, também, questões sobre a percepção da população em relação à segurança e ao papel da nova Polícia Municipal. A expectativa é que essa mudança traga um sentido renovado de confiança na segurança pública, propondo um policiamento mais integrado à comunidade. A habilidade de realizar prisões em flagrante, por exemplo, busca fortalecer a atuação das guardas em situações de risco e urgência.
Os impactos dessa transformação serão acompanhados de perto, tanto pela população quanto por especialistas que analisam a eficácia das políticas de segurança pública no Brasil, tendo em vista que a discussão sobre segurança é um dos temas mais urgentes na atualidade.
Esta mudança simboliza, portanto, não apenas uma nova nomenclatura, mas um esforço consciente e deliberado para responder às necessidades de segurança da população paulistana, num momento em que políticas efetivas se fazem mais necessárias do que nunca.
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