Brasil, 12 de março de 2025
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Vinho tinto e branco: estudo revela novo olhar sobre saúde

Um novo estudo traz um olhar atualizado sobre os efeitos do vinho tinto e branco na saúde. Pesquisadores analisaram os benefícios e riscos do consumo moderado dessas bebidas, destacando impactos no coração, metabolismo e longevidade.
O levantamento, que analisou 42 estudos observacionais envolvendo quase 96 mil participantes, foi publicado na revista científica Nutrients. Foto: Divulgação

No mundo das bebidas alcoólicas, o vinho tinto frequentemente é visto como a opção mais saudável, especialmente por seu rico conteúdo de resveratrol, um antioxidante conhecido por suas propriedades anti-inflamatórias. No entanto, uma nova pesquisa desmistifica essa ideia, revelando que, no que diz respeito ao risco de câncer, as coisas não são tão simples assim. Um estudo feito por pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade Brown levantou questões importantes sobre a verdadeira relação entre o consumo de vinho e a saúde humana.

Pesquisa inovadora sobre riscos de câncer

O levantamento, que analisou 42 estudos observacionais envolvendo quase 96 mil participantes, foi publicado na revista científica Nutrients. Surpreendentemente, os resultados não conseguiram demonstrar evidências claras de que o vinho tinto reduz o risco de câncer comparado ao vinho branco. Além disso, não foi identificado um aumento geral no risco de câncer associado ao consumo de qualquer tipo de vinho.

A professora associada de epidemiologia e dermatologia na Brown, Eunyoung Cho, destacou a importância da pesquisa: “Nossa análise incluiu tantos estudos epidemiológicos publicados quanto possível que exploraram separadamente a relação entre o consumo de vinho tinto e branco e o risco de câncer. Os resultados não revelaram nenhuma diferença significativa no risco de câncer entre vinho tinto e branco em geral.”

Consumo de vinho branco e risco de câncer de pele

Porém, a pesquisa não terminou sem trazer à tona achados intrigantes. Ao focar em tipos específicos de câncer, os pesquisadores observaram que o consumo de vinho branco, e não de vinho tinto, foi associado a um aumento do risco de câncer de pele. Os dados sugerem um risco 22% maior de câncer de pele entre os consumidores de vinho branco em comparação àqueles que preferem o tinto. As razões para essa discrepância ainda são objeto de investigação, mas os pesquisadores especulam que comportamentos de alto risco relacionados ao consumo de álcool, como exposição ao sol, podem influenciar esses números.

Adicionalmente, o estudo revelou uma associação mais forte entre a ingestão de vinho branco e o aumento do risco geral de câncer especialmente entre mulheres, propondo a necessidade de investigações adicionais para elucidar os possíveis mecanismos subjacentes. Essa descoberta é especialmente relevante, pois amplia a discussão sobre os efeitos do vinho na saúde, desafiando notáveis suposições populares sobre o vinho tinto.

vinho branco saúde
Foto: Divulgação

Álcool e a saúde global

Um dos aspectos mais alarmantes da pesquisa é a reafirmação de que o consumo excessivo de álcool, em geral, está diretamente relacionado a um aumento significativo do risco de câncer em todo o mundo. Em 2020, o etanol presente nas bebidas alcoólicas foi associado a mais de 740 mil casos de câncer globalmente, o que corresponde a 4,1% de todos os casos de câncer diagnosticados. Essa realidade reforça a necessidade de um consumo consciente de álcool e um olhar crítico sobre as bebidas que escolhemos para nossa saúde.

Em suma, a pesquisa indica que a crença de que o vinho tinto é uma escolha mais saudável do que o vinho branco pode estar equivocada, oferecendo uma nova perspectiva sobre o que realmente estamos consumindo. O estudo destaca a urgência de mais investigações para entender plenamente como as diferentes variedades de vinho impactam a saúde e reforça a importância de hábitos saudáveis e da moderação no consumo de álcool.

Portanto, na próxima vez que você se deparar com uma garrafa de vinho, é essencial lembrar que as alegações de saúde podem ser mais complexas do que aparentam. Avaliar os riscos e benefícios deve ser sempre uma prioridade, principalmente em questões que dizem respeito à nossa saúde e bem-estar.

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