O novo ministro, Alexandre Padilha assume Ministério da Saúde e anunciou que uma de suas prioridades será reduzir o tempo de espera para atendimentos especializados no Sistema Único de Saúde (SUS). Ele assumiu o cargo nesta segunda-feira (10), no Palácio do Planalto, substituindo Nísia Trindade, e destacou a urgência de transformar o acesso a consultas e exames no país.

Padilha assume Ministério da Saúde x desafios históricos do SUS
Durante a cerimônia de posse, Padilha afirmou que sua “obsessão” será enfrentar um problema que persiste há décadas no Brasil: a demora no atendimento especializado. Segundo ele, a situação foi agravada pela pandemia de COVID-19 e pela gestão anterior do Ministério da Saúde.
“Não há solução mágica para um gargalo que ultrapassa décadas, mas precisamos agir imediatamente para garantir um atendimento mais rápido e eficiente à população”, declarou o ministro.
Para reduzir o tempo de espera, uma das estratégias do governo será a criação de um novo modelo de remuneração para os profissionais de saúde, visando incentivar a realização de atendimentos e acelerar os procedimentos dentro do SUS.
Outro ponto destacado por Padilha foi a necessidade de melhorar o tempo de diagnóstico e tratamento do câncer, um dos principais desafios do sistema de saúde brasileiro. A demora no início do tratamento oncológico compromete as chances de recuperação dos pacientes, e o governo pretende adotar medidas para garantir respostas mais rápidas.
Compromisso com a vacinação
Além da ampliação do acesso a especialistas, Padilha também colocou como prioridade um movimento nacional pela vacinação, buscando recuperar a confiança da população e aumentar a cobertura vacinal no país.
O ministro lembrou o papel essencial da sociedade civil na pandemia e fez um apelo para que essa mobilização continue:
“Queremos chamar de volta todos aqueles que se mobilizaram para defender a vida das nossas crianças, dos idosos e das famílias por meio da vacinação.”
Nos últimos anos, o Brasil registrou quedas preocupantes nos índices de imunização, colocando em risco o controle de doenças como sarampo e poliomielite. Padilha prometeu visitar diversas regiões do país para incentivar a adesão às campanhas de vacinação.
Outro ponto abordado foi o combate à desinformação sobre saúde, que cresceu nos últimos anos. O ministro afirmou que seu compromisso é defender a vida e a ciência como princípios essenciais da política pública de saúde.
O legado de Nísia Trindade
A ex-ministra Nísia Trindade, que esteve à frente da pasta desde janeiro de 2023, afirmou que encontrou um ministério desmontado e desacreditado. Durante sua gestão, ela trabalhou para recuperar programas essenciais, como o Mais Médicos e o Farmácia Popular, além de restaurar a cobertura vacinal no Brasil.
Em seu discurso de despedida, Nísia fez um desabafo sobre a misoginia que enfrentou no cargo:
“Uma campanha sistemática e misógina ocorreu para a desvalorização do meu trabalho. Precisamos avançar no respeito às mulheres em posições de liderança.”
Ela foi a primeira mulher a comandar tanto a Fiocruz quanto o Ministério da Saúde e afirmou que continuará contribuindo para a saúde pública brasileira.
Quem é Alexandre Padilha?
O novo ministro tem um histórico consolidado na área da saúde. Médico infectologista formado pela USP, ele também tem doutorado em Saúde Pública pela Unicamp. Padilha já foi ministro da Saúde durante o governo Dilma Rousseff (2011-2014), quando coordenou o lançamento do programa Mais Médicos.
Além de sua atuação no Executivo, Padilha também tem experiência legislativa. Ele foi reeleito deputado federal pelo PT de São Paulo e se destacou no Congresso Nacional em pautas relacionadas à saúde e direitos sociais.
Desafios para a nova gestão
Padilha assume o ministério em um momento crucial para a saúde pública no Brasil. Com desafios como a redução das filas do SUS, o aumento da cobertura vacinal e a melhoria do acesso a tratamentos especializados, a expectativa é que sua gestão traga mudanças concretas para a população.
A cerimônia de posse contou com a presença de Gleisi Hoffmann, que assumiu a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Ela destacou a importância do diálogo entre os diferentes níveis de governo e a sociedade civil para fortalecer o sistema de saúde.
À medida que a nova equipe assume suas funções, a população aguarda ansiosa por medidas que tragam não apenas um atendimento mais ágil no SUS, mas também uma cultura de valorização da saúde pública e do respeito às mulheres na política brasileira.