Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB do Brasil cresce 3,4% em 2024. Apesar do bom desempenho, o crescimento ficou ligeiramente abaixo da projeção do governo, que estimava uma alta de 3,5%.
O setor de serviços liderou a expansão econômica, com crescimento de 3,7%, puxado pelo segmento de informação e comunicação, que registrou alta de 6,2%. A indústria também apresentou um desempenho positivo, com alta de 3,3%, impulsionada pelo setor de construção, que cresceu 4,3%. Em contrapartida, a agropecuária recuou 3,2%, impactada principalmente pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
PIB do Brasil cresceu em 2024 e superou expectativas do mercado
O crescimento do PIB de 2024 superou as previsões do mercado financeiro, que no início do ano projetava uma alta de apenas 1,7%. O resultado foi o maior desde 2021, quando a economia cresceu 4,8% após a recessão causada pela pandemia de Covid-19. O PIB per capita também registrou avanço, crescendo 3,0% e atingindo R$ 55.247,45.
Os investimentos foram um dos destaques do ano, com crescimento de 7,3%, demonstrando um aumento da capacidade produtiva e perspectivas favoráveis para os próximos anos. Para o economista Claudio Considera, do FGV Ibre, a alta do investimento é um dos fatores mais relevantes do desempenho econômico: “Significa que a capacidade instalada cresceu e se reflete em maior produção futura. O crescimento espalhado por todos os setores mostra maior vitalidade da economia como um todo”, avaliou.
Perspectivas para 2025
Apesar do crescimento expressivo em 2024, o último trimestre do ano apontou sinais de desaceleração econômica. O PIB avançou apenas 0,2% em relação ao trimestre anterior, com a indústria crescendo 0,3%, os serviços 0,1%, enquanto a agropecuária registrou queda de 2,3%.
Para 2025, a expectativa é de um crescimento menor, entre 1,9% e 2,5%, reflexo da política monetária mais restritiva adotada pelo Banco Central. No entanto, o setor agropecuário deve voltar a ter um papel relevante na economia, com projeções de uma safra recorde, 10% maior que a de 2024, segundo a ministra do Planejamento, Simone Tebet.
O desempenho econômico de 2024 sinaliza que, mesmo diante de desafios como os impactos climáticos e a política de juros elevados, a economia brasileira segue resiliente, com perspectivas positivas para investimentos e retomada do agronegócio no próximo ano.
