Brasil, 13 de maio de 2025
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Neurociência da fé: como a espiritualidade influencia o cérebro e os hormônios?

Descubra o que a ciência diz sobre a neurociência da fé. Os estudos indicam que a espiritualidade promove bem-estar e resiliência emocional.
Foto: Divulgação/Diário do Povo

O impacto da espiritualidade no funcionamento do cérebro tem despertado cada vez mais interesse na ciência. Antes evitado por receio de não ser considerado “científico”, o estudo da neurociência da fé vem ganhando espaço e sendo explorado por pesquisadores ao redor do mundo.

Um exemplo disso é um estudo brasileiro publicado no Brazilian Journal of Psychiatry, que identificou padrões genéticos associados à mediunidade. A pesquisa sugere que experiências espirituais, como a comunicação com entidades ou falecidos, podem estar relacionadas a variações genéticas específicas, principalmente em genes ligados ao sistema imune e inflamatório, que também influenciam o cérebro.

A neurociência da fé: O que acontece no cérebro?

Diversos estudos com neuroimagem mostram que a espiritualidade ativa áreas cerebrais específicas, como:

🟢 Córtex pré-frontal – Responsável pelo raciocínio, planejamento e controle emocional. Sua ativação sugere que a fé pode contribuir para maior estabilidade emocional.

🟢 Núcleo accumbens – Associado ao sistema de recompensa e prazer. A fé pode gerar sensações semelhantes às provocadas por música, sexo e até mesmo drogas recreativas.

🟢 Lobos parietais – Relacionados à percepção de tempo e espaço. Durante práticas religiosas intensas, como meditação e oração profunda, há redução da atividade nessas áreas, favorecendo uma sensação de conexão com o “divino”.

🟢 Substância cinzenta periaquedutal – Parte do tronco cerebral associada ao altruísmo, amor incondicional e modulação da dor. Estudos indicam que a fé pode aumentar a resiliência emocional e a empatia.

Neurociência da fé: bem-estar comprovado

Além das mudanças cerebrais, a espiritualidade influencia a liberação de hormônios no organismo:

Serotonina e endorfinas – O envolvimento em práticas religiosas pode elevar os níveis desses neurotransmissores, promovendo sensações de felicidade e bem-estar.

Cortisol – O hormônio do estresse tende a diminuir em pessoas que meditam ou oram regularmente, reduzindo os riscos de ansiedade e depressão.

Ocitocina – Conhecida como o “hormônio do amor”, é liberada durante conexões sociais e emocionais, fortalecendo laços interpessoais e sentimentos de pertencimento.

Mediunidade e genética: uma percepção além do comum?

O estudo brasileiro sobre mediunidade comparou o DNA de 54 médiuns com o de seus parentes sem habilidades mediúnicas. O resultado identificou 16 mil variantes genéticas únicas entre médiuns, que podem estar associadas a uma maior percepção do ambiente.

📌 Uma hipótese levantada pelos cientistas é que os médiuns possuem um “filtro cerebral mais poroso”, o que os tornaria mais sensíveis a estímulos que a maioria das pessoas não percebe. Um dos genes mais afetados pelos médiuns está relacionado à glândula pineal, historicamente associada a experiências espirituais.

A ciência e a fé podem caminhar juntas?

Os avanços da neurociência indicam que a espiritualidade pode influenciar positivamente o cérebro e o corpo, promovendo bem-estar e resiliência emocional. Embora existam muitas questões a serem exploradas, os estudos apontam que a fé não é apenas uma questão de crença, mas também um fenômeno neurobiológico e genético.

O próximo passo da ciência será aprofundar a relação entre genética, percepção sensorial e experiências espirituais, ajudando a compreender não apenas a espiritualidade, mas também o funcionamento da mente humana.

Brazilian Journal of Psychiatry

O Brazilian Journal of Psychiatry é a revista oficial da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), dedicada à publicação de trabalhos originais em todas as áreas da psiquiatria, incluindo saúde pública, epidemiologia clínica, ciências básicas e problemas de saúde mental. Fundada em 1979 sob o nome de Revista ABP, a publicação passou a se chamar Revista Brasileira de Psiquiatria e, em 2019, adotou o título atual em inglês para ampliar seu reconhecimento internacional.

A revista é totalmente open access, não cobrando taxas de processamento ou publicação de artigos, e publica conteúdo exclusivamente em inglês. Em 2023, alcançou um fator de impacto de 5,5 no Journal Citation Reports, destacando-se como uma das principais plataformas para disseminação de estudos psiquiátricos de alta qualidade, especialmente na América Latina.

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