Durante um evento em Campo do Meio (MG), nesta sexta-feira (7), o presidente Lula afirmou que o governo busca uma “solução pacífica” para conter a inflação dos alimentos. No entanto, ele ressaltou que, caso não haja uma resposta eficaz, o governo poderá adotar medidas mais drásticas para garantir preços mais acessíveis à população.
“O preço do café está muito caro para o consumidor, o preço do ovo está caro, o preço do milho está caro e nós estamos tentando encontrar uma solução pacífica. Mas se a gente não encontrar, vamos ter que tomar atitudes mais drásticas porque o que interessa é levar comida barata para o prato do povo brasileiro”, declarou o presidente.
Governo zera imposto de importação para conter alta dos preços
Na quinta-feira (7), o governo federal anunciou um conjunto de medidas para tentar conter o aumento dos preços dos alimentos, que tem pressionado a inflação e afetado a popularidade de Lula. A principal iniciativa foi a isenção do imposto de importação sobre produtos essenciais, como carne, café, açúcar, milho, óleo de cozinha e azeite.
Além disso, o governo adotará incentivos à produção de alimentos da cesta básica no Plano Safra e fortalecerá os estoques reguladores da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Outra medida será um pedido aos estados para que reduzam o ICMS sobre itens essenciais, além de uma parceria com supermercados para divulgar preços mais baixos.
Durante seu discurso, Lula destacou que deseja entender a razão do aumento no preço dos ovos. “Fiz uma reunião no Palácio com muitos ministros e empresários, mas eu quero encontrar uma explicação para o preço do ovo. Galinha não está comendo carne, não tem uma galinha pedindo aumento do ovo”, brincou o presidente.
Medidas podem ser ampliadas
Segundo o vice-presidente Geraldo Alckmin, as ações precisam ser aprovadas pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), o que deve ocorrer nos próximos dias. No entanto, o governo ainda não detalhou qual será o impacto da redução das alíquotas de importação na arrecadação pública.
Alckmin reforçou que as medidas valerão pelo tempo necessário e indicou que outras ações poderão ser adotadas no futuro. “O objetivo é reduzir os preços para a população. Elas terão o prazo necessário”, afirmou.
A preocupação com a inflação dos alimentos vem em um momento de queda na popularidade de Lula, que enfrenta sua pior avaliação desde o início do terceiro mandato. O presidente, porém, não participou diretamente do anúncio das medidas nem da reunião com os empresários do setor alimentício, realizada antes da divulgação do plano.