Brasil, 11 de abril de 2025
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Lula anuncia maior desapropriação histórica e se aproxima do MST

Presidente busca melhorar relação com o MST ao lançar a maior desapropriação de terras desde 2017, fortalecendo a reforma agrária.
O MST é um dos mais influentes movimentos sociais do Brasil, pela reforma agrária e acesso à terra. Foto: Ricardo Stuckert/ PR

Lula anuncia maior desapropriação de terras durante reunião com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, nesta quarta-feira (5/3). O encontro ocorreu em um momento delicado, marcado por críticas do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) ao ministro, e teve como objetivo reforçar o apoio ao titular da pasta e preparar o terreno para uma grande desapropriação a ser anunciada na próxima semana.

Reconciliação com o MST

De acordo com fontes da presidência, a reunião foi fundamental para afastar Paulo Teixeira da “fritura” política, que vinha sendo provocada por pressões internas do próprio Partido dos Trabalhadores (PT). A expectativa é que o evento, agendado para sexta-feira (7/3) em um assentamento em Minas Gerais, marque uma nova fase nas relações entre o governo e o MST, ao lançar a maior desapropriação de terras desde 2017, com um total de 13.305 hectares.

Medidas de desapropriação

No encontro, Teixeira apresentou a Lula os decretos de desapropriação que serão assinados durante o evento. Se as medidas forem confirmadas, o governo pretende alcançar a marca de 385 mil hectares entregues a 12,9 mil famílias até abril deste ano. Neste contexto, foi discutido também o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que tem sido um importante instrumento de apoio à agricultura familiar e à segurança alimentar no território nacional.

Desafios enfrentados por Paulo Teixeira

Desde que assumiu o ministério, Paulo Teixeira tem enfrentado críticas do MST, especialmente relacionadas à lentidão no processo de reforma agrária. A pressa por uma resposta do governo sobre a questão agrária vem se intensificando, à medida que a nova gestão do PT busca restaurar a imagem de compromisso com suas bases. Existe um clima de pressão interna no partido, levando uma parte da cúpula a cogitar a troca do ministro por Paulo Pimenta, que atualmente é deputado federal.

Lula anuncia maior desapropriação de terras

O governo acredita que anunciar a desapropriação agora é uma estratégia importante, já que Lula também quer entregar mais terras e fortalecer o diálogo com o MST. Porém, isso poderia ser um problema se o ministro ainda estivesse sob pressão dentro do partido. Por isso, o Planalto está ajustando sua comunicação para garantir que o anúncio aconteça sem obstáculos.

Reforma ministerial em andamento

Neste ambiente de mudanças, Lula tem sido enigmático sobre futuras trocas no ministério. Até agora, apenas ministros do PT foram realocados. Além de substituir Pimenta pelo marqueteiro Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação Social (Secom), o presidente ajustou a equipe ao colocar Gleisi Hoffmann, presidente do PT, na Secretaria de Relações Institucionais (SRI), enquanto Alexandre Padilha fez o percurso inverso, indo do SRI para o Ministério da Saúde.

A continuidade desse processo de reforma ministerial é uma questão sensível no cenário político e pode afetar diretamente a estabilidade do governo. Enquanto Lula se move em direção a maiores entregas e um pacto mais profundo com as suas bases, a pressão por ações concretas e resultados visíveis continua a ser um tema central nas discussões sobre o futuro do Desenvolvimento Agrário no Brasil.

O próximo encontro em Minas Gerais será um verdadeiro teste para Paulo Teixeira e sua capacidade de reconquistar a confiança do MST e da base do PT, em um cenário político cheio de desafios.

MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), fundado em 1984, é um dos mais influentes movimentos sociais do Brasil, lutando pela reforma agrária e pela democratização do acesso à terra. Recentemente, o presidente Lula buscou estreitar relações com o MST ao lançar o programa “Terra da Gente” em abril de 2024, destinado a destinar terras ociosas à reforma agrária. Este programa, com um orçamento de R$ 520 milhões para 2024, visa assentar 295 mil famílias até 2026, demonstrando um compromisso renovado com a causa agrária. ​

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