A Beija-Flor de Nilópolis brilhou mais uma vez na Marquês de Sapucaí e conquistou seu 15º título no Carnaval do Rio de Janeiro. Com uma apresentação emocionante e carregada de simbolismo, a escola homenageou Laíla, lendário diretor de carnaval da agremiação, e se despediu de um de seus maiores ícones: Neguinho da Beija-Flor.
Homenagem a Laíla emociona Sapucaí
O enredo “Laíla de Todos os Santos” foi um tributo ao carnavalesco Laíla, um dos nomes mais importantes da história da Beija-Flor e do próprio Carnaval carioca. Morto em 2021, Laíla dedicou décadas à escola, sendo responsável por inovações que marcaram desfiles inesquecíveis.
O desfile da Beija-Flor fez um passeio pela trajetória do homenageado, destacando sua paixão pelo samba, sua dedicação à comunidade de Nilópolis e sua genialidade na concepção de enredos e fantasias. Carros alegóricos grandiosos e alas luxuosas exaltaram sua trajetória, desde seus primeiros anos no carnaval até sua consagração como um dos maiores diretores de harmonia da história da festa.
A despedida de Neguinho da Beija-Flor
Outro momento marcante do desfile foi a despedida de Neguinho da Beija-Flor, que, após 50 anos como intérprete oficial da escola, anunciou sua saída do posto. Com a voz inconfundível que embalou tantos desfiles vitoriosos, Neguinho protagonizou cenas emocionantes durante a apresentação, sendo ovacionado pelo público.
Ao longo das cinco décadas, Neguinho se tornou um símbolo da Beija-Flor, com sambas-enredo inesquecíveis e uma entrega única à escola. Sua despedida na avenida foi marcada por lágrimas, aplausos e homenagens, deixando claro o tamanho de sua importância para o mundo do samba.
“Meu coração está em paz, porque sei que minha missão foi cumprida. A Beija-Flor é a minha casa, minha família. Saio com o sentimento de gratidão e amor”, declarou Neguinho ao final do desfile.
Disputa acirrada com a Grande Rio
A apuração do Carnaval do Rio 2025 foi uma das mais disputadas dos últimos anos. A Beija-Flor liderou boa parte da contagem, mas teve a concorrência acirrada da Grande Rio, que apresentou um enredo sobre a cultura amazônica e as águas do Pará, intitulado “Pororocas Parawaras — As águas dos meus encantos nas contas dos curimbós”.
A Beija-Flor conquistou notas máximas em quesitos como samba-enredo, evolução e comissão de frente, garantindo o título com uma pequena vantagem. O grito de campeão foi recebido com muita festa em Nilópolis, onde a comunidade se reuniu na quadra da escola para comemorar mais uma vitória histórica.
Beija-Flor conquista o 15º título do Carnaval do Rio: escola campeã
Com 15 títulos conquistados, a Beija-Flor de Nilópolis reforça sua posição como uma das maiores escolas de samba do Brasil. A agremiação, conhecida por seus desfiles grandiosos e pelo envolvimento intenso da comunidade, mantém viva a tradição do samba e segue inovando ano após ano.
A vitória de 2025 não apenas celebra um grande desfile, mas também presta uma justa homenagem a dois gigantes do carnaval: Laíla e Neguinho da Beija-Flor. A emoção que tomou conta da Sapucaí reforça o poder transformador do samba e sua capacidade de contar histórias que ficam para sempre na memória do povo brasileiro.
Desfile das Campeãs
O Desfile das Campeãs no próximo sábado (8) promete ser um grande espetáculo na Sapucaí, reunindo as seis melhores escolas do Carnaval 2025. Beija-Flor, Grande Rio, Imperatriz Leopoldinense, Viradouro, Portela e Mangueira terão a chance de refazer seus desfiles vitoriosos, celebrando o reconhecimento do público e dos jurados. A expectativa é de arquibancadas lotadas e muita emoção, principalmente com a Beija-Flor, que conquistou seu 15º título e se despede de Neguinho da Beija-Flor como intérprete oficial.
Polêmica na avaliação do quesito Samba-Enredo
A apuração, no entanto, foi marcada por uma polêmica envolvendo a avaliação do quesito Samba-Enredo. Uma das juradas preencheu apenas a nota da Grande Rio no último dia de desfiles, deixando as demais escolas sem pontuação nesse critério. Após análise do regulamento, a direção da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro) decidiu repetir a mesma nota atribuída à Grande Rio – um 10 – para todas as demais escolas que se apresentaram no mesmo dia, garantindo que nenhuma fosse prejudicada por erro técnico na avaliação.