Brasil, 12 de março de 2025
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Países árabes aprovam plano de reconstrução para Gaza

O plano aprovado na cúpula terá custo de US$ 53,2 bilhões e prevê a estabilidade palestina na região.
Durante a etapa inicial, cerca de 1,5 milhão de palestinos seriam alojados em moradias temporárias. Foto: Divulgação

O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, anunciou na última terça-feira que países árabes deram suporte a seu plano de reconstrução para a Faixa de Gaza, que foi severamente afetada pela guerra. A declaração ocorreu durante uma cúpula extraordinária da Liga Árabe, realizada no Cairo, que teve como objetivo discutir alternativas às políticas controversas propostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que sugere deslocar permanentemente a população palestina e a construção de uma “Riviera de Gaza”. Com um investimento estimado em cerca de US$ 53,2 bilhões, a proposta será apresentada para Trump nas próximas semanas, conforme informado por autoridades jordanianas.

Aprovação do plano na cúpula

O plano detalhado, que foi discutido na cúpula, busca substituir o governo do Hamas em Gaza por um comitê palestino tecnocrático e independente, que gerenciaria a região sob a supervisão da Autoridade Nacional Palestina (ANP) por um período de seis meses. Este comitê seria composto por membros sem vínculos com facções palestinas, buscando uma administração mais neutra e focada na reconstrução.

Em seu discurso de abertura, Sissi enfatizou que o objetivo central da proposta é garantir que os palestinos permaneçam em suas terras, um consenso entre as nações árabes presentes no encontro. Contudo, ainda existem barreiras significativas a serem superadas, principalmente em relação à governança na região e questões de segurança que afetam diretamente o futuro do Hamas.

Desafios à implementação do plano de reconstrução para Gaza

A proposta inclui um plano de várias fases, com duração que varia de seis meses a cinco anos. Durante a etapa inicial, cerca de 1,5 milhão de palestinos seriam alojados em moradias temporárias, enquanto seriam removidos aproximadamente 50 milhões de toneladas de escombros. Além disso, sugere-se a criação de uma força internacional de manutenção da paz, aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU, para instigar a segurança em Gaza.

Entretanto, a cúpula foi realizada em um cenário volátil, com o risco de retorno aos combates entre Israel e Hamas. O cessar-fogo de seis semanas, que estava em vigor, chegou ao fim recentemente, e a continuidade da paz é considerada essencial para a viabilização de qualquer plano de reconstrução. Israel, respaldado pelos EUA, quer estender a trégua, enquanto o Hamas pressiona por um avanço nas negociações que busquem um fim definitivo para o conflito.

Repercussões internacionais

O Egito já expressou que a implementação do cessar-fogo é crucial, destacando que a retaliação violenta só irá anular os esforços planejados para o futuro de Gaza. As consequências da guerra são devastadoras: mais de 48 mil palestinos perderam a vida desde o início do conflito, e o custo da reconstrução foi estimado em US$ 50 bilhões, enquanto muitos na região vivem na incerteza e na miséria.

Com a aprovação do plano na cúpula, o ministro egípcio Badr Abdelatty anunciou que haverá uma reunião ministerial na Arábia Saudita para discutir mais detalhes e buscar apoio internacional. Desta forma, será possível apresentar o plano a países de maioria muçulmana e também mobilizar países do Ocidente para obter respaldo financeiro e político, mesmo diante da resistência que algumas nações, como os EUA e a União Europeia, podem ter devido à situação do Hamas.

Propostas necessárias para um futuro pacífico

Observadores apontam que, para o plano ser viável, é fundamental encontrar uma solução sobre como lidar com a liderança militar e política do Hamas. O Egito e a Arábia Saudita defendem abordagens diferentes, mas concordam sobre a necessidade de um compromisso claro para o restabelecimento de um Estado palestino.

O ex-ministro da Jordânia, Ibrahim Saif, destacou que o sucesso do plano depende da capacidade de seus proponentes de endereçar as preocupações de segurança de Israel e da força conjunta de aliados dos EUA na região, como Egito, Jordânia, Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Se esses países se unirem em torno de um consenso, a resistência à proposta de Trump poderá ser minimizada, permitindo que a paz e a reconstrução sejam finalmente possíveis.

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