O funeral de Shiri Bibas e seus filhos, Kfir, de 9 meses, e Ariel, de 4 anos, aconteceu nesta quarta-feira (26) em Israel, mobilizando o país em um momento de comoção nacional. A família, que se tornou símbolo da luta pelo retorno dos reféns sequestrados pelo Hamas, foi mantida em cativeiro na Faixa de Gaza e morreu sob custódia do grupo terrorista.
A entrega dos restos mortais ocorreu após um erro grave do Hamas, que inicialmente enviou um corpo que não era de Shiri. O equívoco gerou tensão entre Israel e o grupo, levando o governo israelense a ameaçar suspender o acordo de cessar-fogo vigente desde janeiro, que prevê a libertação de reféns.
Família sequestrada e símbolo de resistência
Shiri Bibas, então com 32 anos, foi sequestrada junto com seus filhos no ataque de 7 de outubro de 2023, quando o Hamas invadiu o sul de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e sequestrando 250 reféns.
Desde então, imagens de Shiri e das crianças sorridentes se tornaram um símbolo da luta pelo resgate dos reféns, sendo amplamente divulgadas em manifestações e campanhas internacionais.
Após mais de 500 dias de angústia, a confirmação da morte da família causou forte impacto no país. A tia de Ariel e Kfir leu um comunicado emocionado em nome da família Bibas:
“Meus queridos sobrinhos foram levados vivos de casa e assassinados por uma organização terrorista cruel enquanto estavam em cativeiro. Eles não mereciam esse destino.”
Netanyahu promete retaliação contra o Hamas
A reação do governo israelense foi imediata. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu condenou a atitude do Hamas, classificando-a como uma “violação cruel” do acordo de cessar-fogo e prometeu intensificar os esforços para destruir o grupo.
O presidente de Israel, Isaac Herzog, também lamentou a tragédia e declarou que a devolução dos corpos foi um “drama nacional”. Em um apelo emocionante, pediu perdão às vítimas e às suas famílias:
“Inclino minha cabeça e peço perdão. Perdão por não proteger vocês naquele dia terrível. Perdão por não trazê-los para casa com vida.”
Condenação internacional à postura do Hamas
A entrega dos corpos foi feita em Khan Younis, na Faixa de Gaza, onde os restos mortais foram transportados em caixões pretos para representantes da Cruz Vermelha.
A Organização das Nações Unidas (ONU) condenou a forma como o Hamas lidou com a devolução dos corpos. O chefe de Direitos Humanos da entidade, Volker Turk, afirmou que o “desfile de corpos” promovido pelo grupo terrorista foi “abominável e contrário ao direito internacional”.
O Hamas, por sua vez, afirmou — sem apresentar provas — que Shiri e seus filhos morreram em um bombardeio israelense que atingiu reféns e palestinos. Segundo o grupo, os restos mortais teriam se misturado com os de outras vítimas.
O governo israelense rejeitou essa versão. Na sexta-feira (21), o porta-voz das Forças Armadas de Israel declarou que Ariel e Kfir foram assassinados pelo Hamas, reforçando a gravidade do crime cometido contra a família Bibas.
O funeral de Shiri Bibas e seus filhos representa mais um capítulo trágico do conflito entre Israel e Hamas. A comoção nacional e as reações internacionais indicam que a busca pelo retorno dos reféns segue sendo uma prioridade para o governo israelense.
A promessa de Netanyahu de destruir o Hamas e trazer os reféns de volta ainda é um ponto central da política do país. Enquanto isso, as famílias das vítimas seguem esperando por justiça e pelo retorno de seus entes queridos que permanecem desaparecidos.