Brasil, 10 de março de 2025
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Haddad sob pressão: aliados se mobilizam para fortalecer ministro da Fazenda

Ministros se unem para fortalecer Fernando Haddad diante de críticas internas, enquanto Lula reforça sua importância para a economia.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A queda na popularidade do governo tem colocado Fernando Haddad, ministro da Fazenda, no centro de críticas dentro da própria Esplanada. Parte dos ministros vê as medidas econômicas como responsáveis por desgastes políticos e leva essas reclamações diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No entanto, um grupo de ministros decidiu contra-atacar para fortalecer Haddad, argumentando que ele é essencial para a estabilidade econômica do país. Segundo integrantes do governo, Lula reconhece que o ministro da Fazenda é praticamente insubstituível.

Disputa nos bastidores

As principais críticas a Haddad vêm do ministro da Casa Civil, Rui Costa, e de seus aliados. Eles apontam que algumas medidas da Fazenda foram responsáveis por crises enfrentadas pelo governo, como a taxa das blusinhas — o imposto de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50 — e o monitoramento de transações via Pix pela Receita Federal.

Esses temas foram discutidos recentemente em uma reunião com Lula, mas sem a presença de Haddad. Questionado sobre o impacto dessas medidas na popularidade do governo, Rui Costa reconheceu que foram fatores que pesaram negativamente.

Ministros defendem Haddad

Diante das críticas, um grupo de ministros decidiu agir para fortalecer Haddad. Esse movimento é formado principalmente por representantes de partidos do centro político, que defendem a importância da responsabilidade fiscal.

Entre os aliados de Haddad estão:

  • Carlos Fávaro (Agricultura) – PSD
  • Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) – Republicanos
  • Renan Filho (Transportes) – MDB
  • Jorge Messias (Advocacia-Geral da União)
  • Alexandre Padilha (Saúde) – PT

A estratégia desse grupo tem sido usar reuniões com Lula para destacar o apoio que Haddad tem no setor produtivo e no mercado financeiro. Eles ressaltam que projetos essenciais, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida, só terão sucesso se houver estabilidade econômica.

Resistência dentro do governo

Apesar desse apoio, Haddad tem enfrentado resistências dentro do próprio governo. Recentemente, ele perdeu uma disputa para Sidônio Palmeira, chefe da Secretaria de Comunicação Social. Palmeira convenceu Lula a revogar, via Medida Provisória, a norma da Receita Federal que instituía fiscalização sobre o Pix — medida que Haddad defendia.

Outro episódio crítico foi a suspensão das operações do Plano Safra, que gerou desgaste e foi resolvida apenas com outra Medida Provisória. Esse caso evidenciou falhas de comunicação no Ministério da Fazenda, um dos principais pontos de crítica dentro do governo.

Apoio no Congresso

Fora do governo, Haddad também tem aliados. O novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), surpreendeu ao elogiar o ministro da Fazenda, chamando-o de “grata surpresa”.

— A agenda que ele defende é positiva, mas muitas vezes ele fica vencido na decisão política tomada pelos ministros que estão no Palácio e, claro, pelo presidente da República — afirmou Motta.

O que esperar?

Com um cenário econômico desafiador e disputas internas no governo, Haddad segue no centro do debate político. A pressão sobre o ministro deve continuar, mas sua permanência na Fazenda parece garantida pelo respaldo que recebe de Lula e de setores estratégicos.

O desafio agora é equilibrar as demandas do governo, a estabilidade econômica e a popularidade do presidente — uma equação que pode definir os rumos da política econômica do país nos próximos anos.


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