A mais recente pesquisa Quaest, encomendada pela Genial Investimentos, revela um cenário desafiador para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O levantamento, realizado entre os dias 19 e 23 de fevereiro, apontou que a desaprovação ao governo supera a aprovação em oito estados brasileiros, incluindo redutos eleitorais historicamente alinhados ao Partido dos Trabalhadores (PT).
Os dados refletem uma insatisfação crescente da população, impulsionada por fatores econômicos, como inflação elevada e aumento dos preços de itens essenciais. Essa tendência pode trazer desafios políticos significativos para Lula, principalmente diante da corrida presidencial de 2026.
Desaprovação avança em estados estratégicos
A pesquisa foi realizada nos estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. A margem de erro é de 3 pontos percentuais nos sete primeiros estados e de 2 pontos em São Paulo.
Os resultados mostram que a desaprovação ao governo Lula ultrapassa 60% nos três maiores colégios eleitorais do país. Em São Paulo, 67% dos entrevistados avaliam a gestão de forma negativa, mesma porcentagem registrada no Rio de Janeiro. Já em Minas Gerais, a desaprovação chegou a 66%.
O dado mais preocupante para o governo, no entanto, vem do Nordeste, onde Lula tradicionalmente encontra sua base eleitoral mais sólida. Na Bahia e em Pernambuco, a rejeição superou a aprovação pela primeira vez, atingindo 57% e 55%, respectivamente. Esses números indicam um desgaste significativo, mesmo em estados que foram essenciais para a eleição do presidente em 2022.
| Estado | Desaprovação (%) | Margem de Erro (%) |
|---|---|---|
| Bahia | 57% | 3 |
| Minas Gerais | 66% | 3 |
| Pernambuco | 55% | 3 |
| Rio de Janeiro | 67% | 3 |
| São Paulo | 67% | 2 |
Fatores econômicos impulsionam rejeição
A economia tem sido um dos principais fatores que impactam negativamente a percepção do governo. A inflação acumulada em 12 meses atingiu 4,96%, com aumentos expressivos em produtos básicos. O preço do café, por exemplo, chegou a R$ 145 o quilo, enquanto a energia elétrica subiu 16,33% em fevereiro.
Além disso, a pesquisa revela que o desemprego e a queda do poder de compra são preocupações centrais dos entrevistados. Para muitos brasileiros, os aumentos de preços estão diretamente ligados à ineficiência do governo em conter a crise econômica.
Comparação com pesquisas anteriores
O levantamento confirma uma tendência de queda na popularidade de Lula observada em pesquisas anteriores. Em janeiro de 2025, a Quaest registrou que a desaprovação ao presidente era de 49%, enquanto a aprovação ficava em 47%. Em um levantamento do PoderData, realizado no mesmo mês, 40% dos entrevistados avaliaram o governo como ruim ou péssimo — o maior índice negativo desde o início do terceiro mandato.
Impactos políticos e desafios para Lula
A queda na aprovação do governo pode impactar diretamente as eleições municipais deste ano, já que a popularidade do presidente é um fator determinante para o desempenho de candidatos aliados nas principais capitais.
Se a tendência de aumento da rejeição continuar, Lula pode enfrentar dificuldades para consolidar sua base política em 2026. Além disso, a pesquisa mostra que a insatisfação não se restringe a grupos opositores, mas também atinge eleitores que votaram no presidente em 2022.
Para reverter esse quadro, o governo precisará acelerar medidas econômicas que tragam impacto direto no dia a dia da população, como o controle da inflação e a geração de empregos.
