Após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) iniciará na próxima semana uma série de viagens pelo Nordeste. O roteiro inclui Pernambuco, Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte, com o objetivo de mobilizar sua base de apoio e atrair eleitores insatisfeitos com o governo Lula.
Estratégia e mobilização
A viagem ocorre em um momento em que a popularidade de Lula caiu de 49% para 33% no Nordeste, segundo pesquisa do Datafolha. Embora Bolsonaro ainda enfrente alta rejeição na região, aliados acreditam que ele pode conquistar parte dos eleitores descontentes.
No dia 16 de março, ocorrerão atos de apoio ao ex-presidente em todas as capitais e em algumas cidades do interior do Brasil. Bolsonaro estará no Rio de Janeiro nesta data, mas busca mobilizar sua base para garantir grande adesão no Nordeste.
Discurso e críticas ao governo
Durante a viagem, Bolsonaro pretende reforçar a narrativa de que é alvo de perseguição judicial e pedir anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. Além disso, direcionará críticas ao governo Lula, com foco nos preços dos alimentos e na situação econômica do país.
O senador Laércio Oliveira (PP-SE) declarou que Bolsonaro será bem recebido na região. “O Nordeste é o seu destino, e os nordestinos estarão de braços abertos para recebê-lo”, afirmou.
Por outro lado, a senadora Teresa Leitão (PT-PE) criticou a movimentação do ex-presidente, classificando-a como uma tentativa de desviar o foco das acusações da PGR. “Essa agenda mostra um esforço para simular normalidade após as graves denúncias de golpe”, declarou.
Bolsonaro e a denúncia da PGR
A denúncia apresentada pela PGR contra Bolsonaro e seus aliados inclui documentos, conversas e comprovantes de pagamento que o ligam a uma suposta tentativa de golpe de Estado. O relatório foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), e Bolsonaro nega as acusações, alegando motivação política no processo.
Com essa nova ofensiva política no Nordeste, Bolsonaro busca fortalecer sua imagem e manter sua base ativa, enquanto enfrenta os desdobramentos da denúncia no STF.
