A Rússia lançou um bombardeio em grande escala contra a Ucrânia durante a madrugada, disparando 14 mísseis e 161 drones, segundo a Força Aérea Ucraniana. O ataque teve como alvo infraestruturas de gás, levando o ministro da Energia da Ucrânia, German Galushchenko, a acusar Moscou de tentar prejudicar a população em meio ao inverno rigoroso.
Galushchenko classificou os ataques como “criminosos”, alegando que o objetivo era “paralisar a produção de gás necessária para o aquecimento central e as necessidades domésticas dos cidadãos”.
A Força Aérea Ucraniana informou que conseguiu derrubar 80 drones, enquanto outros 78 falharam em atingir seus alvos. O número de mísseis interceptados não foi divulgado.
Enquanto o governo ucraniano denuncia o ataque como um ato de terrorismo, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que os bombardeios atingiram infraestruturas energéticas ligadas à indústria militar ucraniana e declarou que “o objetivo da operação foi cumprido”.
Trump pressiona Ucrânia enquanto negociações de paz avançam sem Kyiv
Os ataques ocorrem em um momento delicado para a diplomacia internacional, com negociações entre Rússia e EUA sendo conduzidas sem a presença da Ucrânia, o que gerou forte indignação em Kyiv e em diversos países europeus.
O presidente dos EUA, Donald Trump, criticou duramente a liderança ucraniana, chamando o presidente Volodymyr Zelenskyy de “ditador sem eleições” e alegando, sem apresentar provas, que sua aprovação pública estaria em apenas 4%.
Trump também escreveu na rede Truth Social que Zelenskyy “precisa agir rápido, ou logo não terá mais um país para governar”.
O presidente ucraniano respondeu sugerindo que Trump está “sob influência de desinformação russa”, minimizando as declarações do líder americano.
Em Moscou, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que Zelenskyy tem adotado uma “retórica inaceitável” em relação a líderes estrangeiros.
EUA propõem acordo sobre recursos minerais da Ucrânia
No meio dessas tensões, o enviado especial dos EUA para a Ucrânia, Keith Kellogg, está em Kyiv para discutir um acordo sobre exploração de recursos minerais ucranianos e um possível tratado de paz com a Rússia.
O conselheiro de segurança nacional dos EUA, Mike Waltz, afirmou à Fox News que “os líderes ucranianos precisam aceitar o acordo”, sugerindo que a proposta de investimento econômico dos EUA na Ucrânia seria “a melhor garantia de segurança possível”, em vez de apenas mais envios de armas.
A vice-presidente dos EUA, JD Vance, e outros aliados de Trump expressaram frustração com a resistência ucraniana, aumentando a pressão para que Kyiv aceite os termos americanos.
Ucrânia mantém ataques estratégicos contra a Rússia
Enquanto a Rússia bombardeia a infraestrutura ucraniana, Kyiv continua sua própria ofensiva contra alvos militares e industriais russos. A estratégia, apelidada de “sanções com drones” pelos serviços de segurança da Ucrânia, visa instalações ligadas ao setor de combustíveis fósseis da Rússia.
O Ministério da Defesa russo informou que derrubou 13 drones ucranianos nas últimas 24 horas, sem revelar detalhes sobre danos causados pelos ataques.
Zelenskyy reforça luta contra a Rússia no aniversário da Revolução de 2014
Em meio ao cenário de guerra e pressões políticas, Zelenskyy marcou o aniversário da Revolução de Maidan, que em 2014 levou à deposição do governo pró-Rússia na Ucrânia e iniciou o conflito entre os dois países.
“Foi nesses dias de 2014 que a Rússia escolheu a guerra – começou a ocupação da Crimeia enquanto os ucranianos lutavam pela liberdade”, declarou Zelenskyy.
Ele alertou que Moscou segue tentando enganar o mundo e enfatizou a necessidade de união e apoio internacional para resistir à invasão russa.
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