O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (20) que um novo acordo comercial com a China é “possível”, apesar da escalada de tarifas impostas por ambos os países nos últimos meses. A declaração, feita a jornalistas a bordo do avião presidencial, ocorre em meio a tensões no comércio global, com Washington elevando impostos sobre importações chinesas e Pequim adotando medidas retaliatórias.
Escalada tarifária entre EUA e China
Desde seu retorno à Casa Branca, em janeiro de 2025, Trump tem utilizado tarifas como principal instrumento para tentar reduzir o déficit comercial dos Estados Unidos. No início de fevereiro, impôs um acréscimo de 10% sobre todas as importações chinesas.
Pequim respondeu com tarifas de 15% sobre carvão e gás natural liquefeito, além de um imposto de 10% sobre petróleo, máquinas agrícolas e veículos. A China segue sendo o país com maior superávit comercial em relação aos EUA, atingindo US$ 295,4 bilhões em 2024, segundo o Departamento de Comércio americano.
Relação com Pequim e perspectivas para um novo acordo
Apesar das tensões comerciais, Trump enfatizou que mantém um bom relacionamento com o presidente chinês, Xi Jinping. “Há um pouco de concorrência, mas nosso relacionamento é excelente”, declarou.
O republicano lembrou que, em 2020, os dois países chegaram a um “grande acordo comercial”, sugerindo que um novo pacto pode ser viável. No entanto, a atual postura protecionista de seu governo e as retaliações chinesas tornam o cenário incerto.
Impacto global e outras medidas tarifárias
A guerra comercial entre EUA e China tem impactos significativos no comércio global, mas Pequim não é o único alvo das medidas de Trump.
Em fevereiro, o presidente anunciou tarifas de 25% sobre importações do México e do Canadá, alegando que os países não estavam colaborando suficientemente no controle da migração irregular e do tráfico de fentanil. No entanto, concordou em adiar a medida por um mês para negociar com os governos vizinhos.
Além disso, Trump planeja impor um novo imposto de 25% sobre aço e alumínio de todos os parceiros comerciais dos EUA, além de tarifas recíprocas contra países que adotem barreiras comerciais contra produtos americanos.
Caminhos para um possível acordo
A sinalização de Trump sobre um possível acordo comercial com a China pode indicar uma tentativa de suavizar o impacto econômico das tarifas, especialmente em um cenário de pressões políticas e empresariais nos EUA.
Analistas apontam que, embora as tarifas sejam uma estratégia para pressionar Pequim, um novo pacto dependerá de concessões bilaterais e da disposição de ambos os governos em reduzir tensões.
Por enquanto, o mundo observa como essa disputa econômica entre as duas maiores potências globais se desenrolará nos próximos meses.
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