A ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), realizada em 28 e 29 de janeiro, revelou uma postura mais conservadora do Federal Reserve (Fed). Por unanimidade, os membros decidiram manter os juros inalterados e destacaram as incertezas geradas pelas políticas comerciais e migratórias do governo de Donald Trump como fatores de pressão inflacionária.
Segundo Barbara Portela, CEO da Aliat Investimentos, as mudanças tarifárias e as deportações em massa podem elevar os custos para os consumidores, impactando os preços. O próprio Fed já recebeu relatos de empresários confirmando essa preocupação.
O Comitê também mencionou que a inflação ao consumidor (CPI) acumulada em 12 meses atingiu 3% em janeiro, acima da meta de 2%. Isso torna improvável um corte de juros em setembro, com previsões mais realistas apontando para uma redução apenas em dezembro.
Para Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, a ata teve um tom mais hawkish do que o comunicado inicial, sugerindo que o Fed prefere aguardar novos sinais de queda da inflação antes de reduzir os juros.
O que significa “Hawkish”?
O termo “Hawkish” é utilizado para descrever uma postura mais rigorosa e agressiva no combate à inflação. Quando um país adota uma política hawkish, suas autoridades monetárias implementam medidas restritivas, como a elevação dos juros, tornando os empréstimos mais caros. Isso desestimula o consumo e o investimento, ajudando a conter a alta dos preços na economia.