Brasil, 21 de fevereiro de 2025
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Brasil descarta envio de tropas para a Ucrânia e defende negociações de paz

"O Brasil não enviará tropas. O Brasil só enviará missão de paz", afirmou Lula, reforçando que a diplomacia brasileira continuará sendo pautada pelo diálogo e a neutralidade ativa.
Presidente Lula. Foto: Diário do Povo

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou que o Brasil não enviará tropas para a Ucrânia, mas pode participar de uma missão de paz caso haja um acordo internacional. A declaração foi feita nesta quarta-feira (19), após especulações da imprensa estrangeira sobre a possível presença de militares brasileiros no conflito.

A revista The Economist publicou recentemente que fontes do governo dos Estados Unidos mencionaram Brasil e China como possíveis países a enviar tropas para uma força de paz. No entanto, Lula negou essa possibilidade e destacou que qualquer solução para a guerra deve envolver tanto Rússia quanto Ucrânia nas negociações, além da participação de países da União Europeia e do BRICS.

“O Brasil não enviará tropas. O Brasil só enviará missão de paz”, afirmou Lula.

Brasil defende negociações com todas as partes envolvidas

A posição brasileira foi reforçada após conversas entre Lula e o presidente da França, Emmanuel Macron. Ambos defenderam que Rússia e Ucrânia precisam estar na mesma mesa de negociação para que um acordo de paz seja possível.

Nas redes sociais, Lula disse que manifestou a Macron sua preocupação com o cenário internacional e reafirmou o compromisso do Brasil com a promoção da paz e a defesa da democracia.

Macron também se pronunciou e destacou a necessidade de mobilização da comunidade internacional para um acordo pacífico.

Lula criticou a abordagem adotada pelos Estados Unidos e pelo ex-presidente Donald Trump, que tem conversado apenas com Vladimir Putin, sem incluir o líder ucraniano Volodymyr Zelensky nas negociações.

“O papel do Trump de negociar sem querer ouvir a União Europeia é ruim, porque a União Europeia se envolveu nessa guerra com muita força. Agora, ela não pode ficar de fora da negociação”, afirmou Lula.

O Brasil defende um esforço conjunto de países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e da União Europeia para intermediar a paz.

“Se o Trump estiver jogando de verdade e quiser a paz, ele pode conseguir. Acho que a China pode ser um parceiro importante, a Índia pode ser um parceiro importante, e o Brasil pode contribuir”, disse Lula.

Brasil e seu histórico em conflitos internacionais

Apesar de sua política pacifista, o Brasil já atuou em diferentes missões internacionais, principalmente com missões de paz da ONU.

Segunda Guerra Mundial (1942-1945)

O Brasil enviou 25 mil soldados da Força Expedicionária Brasileira (FEB) para lutar ao lado dos Aliados na Itália. As tropas participaram de batalhas como Monte Castelo e Fornovo di Taro, ajudando na derrota dos nazistas.

Missão de Paz no Haiti (2004-2017)

O Brasil liderou a missão da ONU no Haiti por 13 anos, enviando mais de 37 mil militares para restaurar a segurança e ajudar na reconstrução do país, especialmente após o terremoto de 2010.

Missões na África e Oriente Médio

O Brasil também contribuiu com militares para operações de paz em Angola, Moçambique, Sudão do Sul, Líbano e Chipre, apoiando a estabilização política e humanitária nesses países.

Guerra das Malvinas (1982)

O Brasil não participou diretamente do conflito entre Argentina e Reino Unido, mas ofereceu apoio diplomático e logístico à Argentina.

Brasil como mediador internacional

A postura brasileira sempre esteve mais voltada à mediação e manutenção da paz, evitando envolvimentos militares diretos. O país segue sua tradição diplomática, baseada na neutralidade e no respeito à autodeterminação dos povos.

A posição do Brasil na guerra da Ucrânia reforça esse papel, demonstrando interesse em ajudar nas negociações, mas sem envolvimento militar.

“A paz é possível, e a comunidade internacional deve se mobilizar”, disse Macron após sua conversa com Lula.

O Brasil mantém sua disposição para atuar como mediador, promovendo diálogo e cooperação no cenário internacional.


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