A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 32 pessoas por envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A acusação foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) e inclui crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
A denúncia, assinada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, na noite de terça-feira (18.fev.2025). Entre os acusados estão generais, ex-ministros, delegados da Polícia Federal e ex-assessores presidenciais.
Confira os nomes dos denunciados por tentativa de golpe de Estado
- Jair Messias Bolsonaro – ex-presidente da República
- Walter Braga Netto – general da reserva, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente
- Mauro Cid – tenente-coronel, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
- Augusto Heleno – general da reserva e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
- Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira – general da reserva e ex-ministro da Defesa
- Alexandre Rodrigues Ramagem – deputado federal e ex-diretor da Abin
- Anderson Torres – delegado da PF e ex-ministro da Justiça
- Almir Garnier Santos – almirante da Marinha e ex-comandante da Força
- Silvinei Vasques – ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal
- Ailton Gonçalves Moraes Barros – coronel do Exército
- Ângelo Martins Denicoli – integrante do Ministério da Defesa
- Bernardo Romão Correa Netto – oficial militar
- Carlos Cesar Moretzsohn Rocha – oficial do Exército
- Cleverson Ney Magalhães – militar ligado ao núcleo do golpe
- Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira – oficial do Exército
- Fabrício Moreira de Bastos – oficial militar
- Filipe Garcia Martins Pereira – ex-assessor especial da Presidência
- Fernando de Sousa Oliveira – envolvido na estruturação do plano
- Giancarlo Gomes Rodrigues – militar indiciado
- Guilherme Marques de Almeida – oficial das Forças Armadas
- Hélio Ferreira Lima – participante da estrutura de comando
- Marcelo Araújo Bormevet – militar envolvido
- Marcelo Costa Câmara – ex-assessor especial da Presidência
- Márcio Nunes de Resende Júnior – militar do núcleo golpista
- Mário Fernandes – articulador da rede de influência
- Marília Ferreira de Alencar – ex-integrante do Ministério da Justiça
- Nilton Diniz Rodrigues – envolvido na organização do plano
- Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho – neto do ex-presidente João Figueiredo e articulador do golpe
- Rafael Martins de Oliveira – operador na disseminação de desinformação
- Reginaldo Vieira de Abreu – membro da rede de apoio
- Rodrigo Bezerra de Azevedo – estrategista das ações
- Ronald Ferreira de Araújo Júnior – envolvido no planejamento logístico
- Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros – oficial militar
- Wladimir Matos Soares – atuante no núcleo operacional
A lista contém militares da ativa e da reserva, ex-integrantes do governo Bolsonaro e operadores de desinformação, segundo a PGR. O processo agora segue para avaliação do Supremo Tribunal Federal (STF), sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
PGR não pede prisão de Bolsonaro, mas aponta gravidade dos crimes
Apesar de denunciar Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado e outros crimes contra a democracia, a Procuradoria-Geral da República (PGR) não solicitou a prisão do ex-presidente. A denúncia encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) enfatiza a gravidade das ações atribuídas ao ex-mandatário e sua suposta organização criminosa, mas não inclui um pedido explícito de detenção preventiva.
A PGR descreve que Bolsonaro liderou e coordenou uma rede de aliados para minar o sistema democrático e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, as medidas cautelares sugeridas pelo órgão não incluem sua prisão imediata, diferentemente do que ocorreu com outros investigados, como o general Braga Netto e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
Agora, cabe ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, analisar a denúncia e decidir se os acusados se tornarão réus. Se o tribunal aceitar a acusação, Bolsonaro poderá responder a um processo criminal que pode levá-lo a uma pena de até 34 anos de prisão .