O governo federal decidiu, nesta terça-feira (18), adiar o aumento da mistura de biodiesel no diesel vendido nos postos de combustíveis. Com isso, o percentual de 14% será mantido, contrariando o cronograma original, que previa um aumento para 15% a partir de 1º de março.
A decisão foi tomada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e tem como objetivo evitar um impacto no preço do diesel, que poderia gerar um efeito cascata na inflação dos alimentos e no transporte de cargas, já que o modal rodoviário é predominante no Brasil.
O governo Lula enfrenta pressões devido à alta de preços e à queda na avaliação positiva da gestão, o que influenciou a escolha por segurar o aumento do biodiesel, que é mais caro que o diesel comum.
Lei do Combustível do Futuro
A adição de biocombustíveis nos combustíveis fósseis é uma política coordenada pelo CNPE. A Lei do Combustível do Futuro prevê que a mistura de biodiesel no diesel aumente 1 ponto percentual por ano, a partir de março de 2025, até atingir 20% em 2030.
Já a mistura de etanol na gasolina segue entre 18% e 27,5%, sem mudanças no momento. O governo pode reduzir para até 22% ou ampliar para até 35%, conforme necessidade do mercado.
O adiamento do aumento da mistura do biodiesel mostra um equilíbrio entre as políticas ambientais e a necessidade de conter pressões inflacionárias, especialmente no setor de combustíveis.