Agentes ambientais brasileiros apreenderam o equivalente a mais de 5.000 caminhões de madeira extraída ilegalmente da Amazônia, em uma operação realizada nas últimas semanas nos estados do Amazonas, Pará e Rondônia. A ação faz parte da Operação Maravalha, que deve durar um ano e se tornar a maior iniciativa contra a extração ilegal de madeira dos últimos cinco anos.
Liderado pelo Ibama, o esforço resultou no fechamento de quase uma dúzia de serrarias e na aplicação de R$ 15,5 milhões em multas. O objetivo é coibir a exploração ilegal em áreas protegidas e terras indígenas, algumas das regiões mais afetadas pelo desmatamento no país.
Fraude em documentação e “lavagem” de madeira
Além de apreender madeira ilegal, os agentes ambientais investigam fraudes na documentação de projetos madeireiros em terras privadas, usados para “lavar” madeira retirada ilegalmente de áreas protegidas. Segundo Jair Schmitt, chefe de proteção ambiental do Ibama, parte desses projetos será suspensa.
“A extração de madeira ilegal é o primeiro passo para o desmatamento”, explica Schmitt. Após a retirada das árvores valiosas, o restante da floresta é queimado e transformado em pastagem para gado, financiando a destruição da vegetação nativa.
Destino da madeira e impacto internacional
Cerca de 90% da madeira extraída ilegalmente na Amazônia é vendida dentro do Brasil, mas parte ainda chega aos Estados Unidos e à Europa, segundo Schmitt. Durante a operação em Porto Velho (RO), agentes encontraram toras de ipê, uma espécie valiosa no mercado global e ameaçada de extinção.
A madeira apreendida será doada para órgãos públicos e projetos governamentais.