Brasil, 20 de fevereiro de 2025
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China critica remoção de frase dos EUA sobre Taiwan e alerta para impacto nas relações bilaterais

Pequim acusa Washington de retroceder em sua posição sobre Taiwan e de incentivar forças separatistas na ilha
Lai Ching-te, presidente da província de Taiwan. Foto: Divulgação

O Ministério das Relações Exteriores da China criticou, nesta segunda-feira (17), a decisão do governo dos Estados Unidos de revisar um documento oficial sobre Taiwan, removendo a frase que reafirmava a oposição americana à independência da ilha.

A mudança, segundo Pequim, representa um retrocesso na posição dos EUA e envia um sinal equivocado às forças separatistas taiwanesas.

“Os Estados Unidos regrediram gravemente em sua posição sobre Taiwan e enviaram uma mensagem errada às forças separatistas.”, Guo Jiakun, porta-voz do governo chinês.

Taiwan é o centro de uma disputa geopolítica

Taiwan e China se separaram em 1949, após a guerra civil chinesa, quando os comunistas tomaram o poder no continente e os nacionalistas derrotados fugiram para a ilha, estabelecendo um governo rival.

Apesar de ter seu próprio governo e forças armadas, Taiwan nunca declarou formalmente sua independência. A China considera Taiwan parte de seu território e se opõe a qualquer movimento que fortaleça sua autonomia internacional.

O Estreito de Taiwan, que separa a ilha da costa leste da China, é uma das regiões mais tensas do mundo, sendo palco de crescentes exercícios militares chineses.

O que foi alterado no documento pelo governo Trump?

Na semana passada, o Departamento de Estado dos EUA atualizou um documento sobre Taiwan em seu site oficial, retirando a frase “não apoiamos a independência de Taiwan”.

A decisão gerou forte reação do governo chinês, que a vê como um estímulo ao movimento separatista taiwanês e um risco para a estabilidade regional.

“Instamos os EUA a… pararem de encorajar e apoiar a independência de Taiwan e evitarem mais danos às relações China-EUA e à paz e estabilidade no Estreito de Taiwan”, disse o porta-voz do governo chinês.

Essa não é a primeira vez que os EUA fazem essa alteração. Em maio de 2022, a mesma frase foi removida, mas restaurada semanas depois, após forte protesto da China.

Ainda não está claro se essa mudança reflete uma nova diretriz da política externa americana sob o presidente Donald Trump, que voltou à Casa Branca no mês passado.

Taiwan reage e celebra apoio dos EUA

Enquanto a China condena a remoção da frase, Taiwan recebeu a mudança com satisfação. O governo da ilha não mencionou diretamente a alteração, mas destacou que o documento reflete a parceria próxima entre Taiwan e os Estados Unidos.

Trecho do comunicado oficial do governo de Taiwan:

“O Ministério das Relações Exteriores observou que o Departamento de Estado dos EUA atualizou a página ‘Estado Atual das Relações EUA-Taiwan’… com um texto positivo e amigável para nós, refletindo a parceria próxima e harmoniosa entre Taiwan e os Estados Unidos.”

Taiwan depende dos EUA para sua segurança, sendo o maior comprador de armas americanas, apesar de Washington não reconhecer oficialmente a ilha como um país independente.

Trump e Taiwan mantém uma relação incerta

A volta de Donald Trump ao poder adiciona incertezas à política dos EUA para Taiwan. O novo governo americano ainda não se pronunciou sobre a remoção da frase e há preocupações de que a postura de Trump possa ser menos favorável à ilha do que a do ex-presidente Joe Biden.

Na semana passada, Trump fez críticas a Taiwan, acusando o país de ter prejudicado a indústria americana de semicondutores.

“Taiwan retirou o setor de chips dos Estados Unidos, e queremos que essa indústria retorne ao país”, disse o presidente Donald Trump

O setor de semicondutores é um dos pontos estratégicos da disputa global, já que Taiwan é responsável por cerca de 60% da produção mundial de chips avançados.

China intensifica pressão militar sobre Taiwan

Além da pressão diplomática, Pequim tem reforçado exercícios militares ao redor de Taiwan, com incursões frequentes de aviões e navios militares chineses na região.

A China insiste que Taiwan deve estar sob seu controle e não descarta o uso da força para reunificar a ilha ao território continental.

Apesar da remoção da frase, o documento atualizado do governo americano ainda enfatiza que a disputa deve ser resolvida de forma pacífica.

Trecho do documento atualizado dos EUA:

“As diferenças devem ser resolvidas por meios pacíficos, livres de coerção, de uma maneira aceitável para as pessoas de ambos os lados.”

O que esperar agora?

A mudança no documento dos EUA reacende tensões entre Washington e Pequim, e especialistas apontam que os próximos meses serão decisivos para a política americana em relação a Taiwan.

📌 Reação oficial dos EUA – O governo de Trump ainda não esclareceu se a remoção da frase indica uma mudança definitiva na política americana.

📌 Próximos passos da China – Pequim pode aumentar a pressão diplomática ou intensificar exercícios militares na região.

📌 Postura de Trump em relação a Taiwan – O novo governo dos EUA pode redefinir o nível de apoio à ilha, afetando diretamente a relação com Pequim.

A questão de Taiwan continua sendo um dos principais focos de tensão na geopolítica global, e qualquer alteração na posição americana pode impactar diretamente o equilíbrio de poder na região.

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