Brasil, 22 de fevereiro de 2025
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Brasil lança o GeoRisk, sistema que prevê deslizamentos e emite alerta

Novo sistema usa metodologia avançada que combina dados de modelos meteorológicos, informações ambientais e históricos de desastres e permite alertas com até 72 horas de antecedência.
O GeoRisk passa por avaliações permanentes para aprimorar sua precisão. Foto: Cemadem

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) lançou, nesta segunda-feira (17), o Sistema de Previsão de Risco de Deslizamentos de Terra, chamado GeoRisk. A ferramenta usa inteligência artificial para antecipar desastres naturais e minimizar perdas humanas e materiais, colocando o Brasil na vanguarda da prevenção de riscos, segundo a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.

“O GeoRisk tem o potencial de salvar vidas e evitar tragédias, especialmente em um cenário de extremos climáticos cada vez mais frequentes”, afirmou a ministra, durante o lançamento em São José dos Campos (SP).

Brasil lança o GeoRisk que terá cobertura nacional e expansão até 2026

Atualmente, o Cemaden monitora 1.133 municípios brasileiros, sendo que 1.083 já possuem limiares de risco específicos identificados. A meta é ampliar a cobertura para mais 762 municípios até 2026, alcançando 60% da população em áreas de maior risco.

O GeoRisk foi calibrado para oferecer previsões tanto em nível regional quanto municipal, permitindo que gestores locais tenham informações mais precisas e direcionadas para agir preventivamente.

O sistema será apresentado na COP 30, em Belém, como um exemplo de tecnologia aplicada à adaptação climática e prevenção de desastres.

Prevenção precisa de investimentos

O ministro das Cidades, Jader Filho, destacou que a prevenção é o caminho mais eficaz para evitar tragédias e criticou a falta de investimentos anteriores no setor.

“Quando assumimos o governo, encontramos muitas obras de contenção de encostas e drenagem paralisadas. A prevenção precisa estar no orçamento de todos os entes da federação”, afirmou.

Jader citou a tragédia no Rio Grande do Sul em 2024, que resultou na morte de mais de 180 pessoas, como um alerta sobre a necessidade de políticas preventivas eficazes.

Precisão e inteligência artificial no combate a deslizamentos

O engenheiro Pedro Camarinha, pesquisador do Cemaden e um dos responsáveis pelo desenvolvimento do GeoRisk, explicou que o sistema combina dados de diferentes fontes para prever áreas com maior risco de deslizamento.

“Aqui na sala de situação, conseguimos interpretar os boletins de previsão do risco com precisão, permitindo que as autoridades ajam antecipadamente”, disse Camarinha.

O sistema leva em conta o histórico de chuvas dos últimos sete dias, cruzando múltiplos modelos meteorológicos para calcular as chances reais de deslizamentos.

Avaliação contínua e ajustes no sistema

O GeoRisk passa por avaliações permanentes para aprimorar sua precisão. Segundo Camarinha, os dados são revisados após cada alerta emitido para verificar se houve ou não a ocorrência prevista.

“Se sinalizamos risco alto em uma região, avaliamos no dia seguinte se o evento ocorreu. Isso nos permite calibrar o sistema e reduzir alertas imprecisos”, explicou.

Uma das grandes vantagens do GeoRisk é sua capacidade de fornecer previsões com até três dias de antecedência, permitindo um acompanhamento contínuo do risco de deslizamentos.

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