O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, registrou expansão de 3,8% em 2024 na comparação com o ano anterior, conforme divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (17). O crescimento aponta para uma aceleração da economia em relação a 2023, quando a alta foi de 2,7%.
No entanto, ao considerar apenas dezembro, o indicador apresentou queda de 0,7%, sugerindo um arrefecimento da atividade econômica no último mês do ano. Além disso, o crescimento trimestral móvel — que avalia os últimos três meses da série — apontou estabilidade (0%) entre outubro e dezembro.
IBC-Br x PIB: qual a diferença?
Apesar de ser um termômetro da economia, o IBC-Br não é o PIB oficial, que será divulgado em 7 de março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O PIB mede a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e inclui tanto o lado da oferta (produção agropecuária, indústria e serviços) quanto o lado da demanda (consumo das famílias, investimentos privados e gastos do governo). Já o IBC-Br considera apenas o volume da produção e os impostos sobre a produção, sem levar em conta o comportamento do consumo e dos investimentos.
Os resultados do IBC-Br nem sempre refletem com precisão o PIB oficial. Mesmo assim, o indicador é uma das ferramentas usadas pelo Banco Central na definição da taxa básica de juros (Selic).
Projeções para o PIB de 2024
O governo e o mercado financeiro projetam um crescimento próximo de 3,5% para o PIB de 2024. No último ano, a economia brasileira cresceu 3,2%, segundo o IBGE.
O Ministério da Fazenda estimou, na semana passada, uma expansão de 3,5%, mesma previsão do Banco Central. O mercado financeiro também acompanha essa projeção.
Impacto na política monetária
Com as projeções de inflação acima da meta central para este e os próximos anos, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirmou recentemente que a instituição segue monitorando os indicadores mais recentes de atividade econômica para avaliar se a desaceleração prevista realmente se confirma.
Atualmente, a Selic está em 13,25% ao ano, com previsão de nova alta em março. Caso isso aconteça, a taxa básica pode atingir 14,25% ao ano, impactando o custo do crédito e o crescimento econômico.