Teresina – Funcionários da Agespisa se reuniram nesta sexta-feira (14) para discutir as dificuldades enfrentadas por mais de 3 mil empregados, entre efetivos e terceirizados, após a privatização da empresa de saneamento do Piauí. O encontro contou com a presença de representantes sindicais e advogados, que estudam estratégias para barrar demissões e garantir direitos trabalhistas.
🔎 Privatização e incertezas para os trabalhadores
Em 2024, a AEGEA, mesma empresa que já opera o abastecimento de Teresina, arrematou toda a concessão estadual em um leilão realizado na B3. A companhia foi a única participante do certame, adquirindo o controle dos serviços de água e esgoto do estado.
Desde então, trabalhadores da Agespisa relatam pressões psicológicas, medo de demissões em massa e falta de garantia de realocação profissional.
🗣️ Denúncias do Sindicato: “Assédio moral jamais visto no estado”
O presidente do Sindicato dos Engenheiros do Estado do Piauí (Senge-PI), Florentino Filho, denunciou um clima de tensão extrema entre os funcionários, atribuindo a situação a ameaças veladas de demissão caso não haja adesão ao Plano de Demissão Voluntária (PDV) da Agespisa.
📢 “A reunião foi com advogados dos sindicatos para traçar estratégias contra as ameaças, danos psicológicos e assédio moral praticado por Rafael Fonteles e Samuel Pontes. Enquanto em outras empresas públicas extintas os empregados foram redistribuídos, no caso da Agespisa, o governador já declarou publicamente que não haverá realocação. O resultado? Funcionários adoecidos, chorando… um assédio moral jamais visto no estado do Piauí.”

O presidente do Sindicato também criticou a falta de apoio político à categoria:
📢 “Os políticos e a grande imprensa nos abandonaram. Restaram apenas as redes sociais e a Justiça, que sabemos como funciona. São 3 mil famílias sofrendo há dois anos com essa incerteza.”
Segundo ele, o PDV oferecido não garante estabilidade financeira e nem sequer um plano de saúde para os trabalhadores.
⚖️ Sindicato questiona privatização e valores do leilão
O sindicato também questiona a legalidade do processo de privatização, destacando que o patrimônio da Agespisa, avaliado em R$ 5 bilhões, foi entregue à iniciativa privada por R$ 1 bilhão, parcelado em 21 anos.
📢 “Foi um processo totalmente irregular e ilegal. Atropelaram tudo. Só teve uma empresa interessada, a AEGEA, que levou todo o saneamento do estado a um valor muito abaixo do real.”
Os sindicatos prometem seguir na luta na Justiça e na mobilização social, buscando alternativas para garantir os direitos dos trabalhadores da Agespisa e denunciar possíveis irregularidades no processo de privatização.
A AEGEA e o Governo do Estado do Piauí ainda não se manifestaram sobre as denúncias feitas pelos trabalhadores.
CPI da Águas de Teresina avança na Câmara Municipal 🚰🔍
A Câmara Municipal de Teresina deu início à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostas irregularidades na prestação de serviços da Águas de Teresina, da AEGEA, a mesma que arrematou o serviço no Estado. A concessionária, responsável pelo abastecimento de água e saneamento da capital, enfrenta denúncias de cobranças abusivas, falhas na distribuição e descumprimento do contrato de concessão.
A CPI, que já conta com as assinaturas necessárias, será conduzida por vereadores que buscam esclarecer a aplicação da tarifa de esgoto e a qualidade dos serviços prestados à população.
O presidente da CPI deve ser definido nos próximos dias, e a comissão poderá convocar representantes da Águas de Teresina, órgãos reguladores e consumidores para prestar esclarecimentos.