Brasil, 16 de março de 2025
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Comércio varejista cresce 4,7% em 2024, maior alta desde 2012

Apesar da leve queda de 0,1% em dezembro, setor atinge patamar recorde ao longo do ano.
O setor farmacêutico foi o grande destaque, registrando o oitavo ano consecutivo de crescimento. Foto-Helena Pontes/ Agência IBGE Noticias

O comércio varejista cresceu e encerrou 2024 com um crescimento de 4,7%, a maior alta desde 2012, quando o avanço foi de 8,4%. No entanto, em dezembro, o setor registrou uma leve variação negativa de -0,1% em relação a novembro, resultado considerado uma estabilidade. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (13) pelo IBGE, por meio da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC).

Mesmo com a variação negativa no último mês do ano, a média móvel trimestral mostrou variação nula (0,0%), reforçando a manutenção de um patamar elevado de vendas. Segundo Cristiano Santos, gerente da pesquisa, o comércio atingiu um nível recorde em outubro e manteve essa alta nos meses seguintes.

Setores em destaque no varejo ampliado

O comércio varejista ampliado, que inclui além do varejo as vendas de veículos, motos, material de construção e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, fechou o ano com alta de 4,1%, o maior crescimento desde 2021. No entanto, em dezembro, o volume de vendas caiu 1,1% em relação a novembro, seguindo a queda de 1,4% registrada no mês anterior.

Entre as oito das onze atividades que registraram crescimento ao longo do ano, os maiores avanços foram:

  • Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: +14,2%
  • Veículos, motos, partes e peças: +11,7%
  • Outros artigos de uso pessoal e doméstico: +7,1%
  • Material de construção: +4,7%
  • Hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: +4,6%
  • Móveis e eletrodomésticos: +4,2%
  • Tecidos, vestuário e calçados: +2,8%
  • Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: +0,7%

Setor farmacêutico tem maior crescimento do varejo

O setor farmacêutico foi o grande destaque do ano, registrando uma alta de 14,2%, a maior entre todas as categorias do varejo. Este foi o oitavo ano consecutivo de crescimento do segmento, impulsionado tanto pelo aumento na demanda por medicamentos quanto pelo avanço do setor de perfumaria e cosméticos. Fatores como a ampliação do acesso a produtos de saúde, a diversificação das redes de farmácias e o aumento da procura por itens de higiene e bem-estar contribuíram para esse desempenho positivo. Além disso, o envelhecimento da população e o consumo de produtos voltados à saúde preventiva ajudaram a sustentar a trajetória de crescimento do setor.

Quedas em combustíveis, atacado alimentício e livrarias

Três atividades fecharam o ano com resultados negativos:

  • Combustíveis e lubrificantes: -1,5%
  • Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo: -7,1%
  • Livros, jornais, revistas e papelaria: -7,7%

O setor de livros, jornais e revistas segue em declínio devido à digitalização, sendo sustentado principalmente pela venda de livros didáticos. O atacado de alimentos enfrentou um ano competitivo, enquanto a queda nos combustíveis e lubrificantes foi atribuída à demanda reduzida no setor de transportes.

Vendas recuam em cinco setores em dezembro

A leve retração de 0,1% em dezembro aconteceu após um recuo de 0,2% em novembro. Cinco dos oito setores do varejo restrito registraram queda no último mês do ano:

  • Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: -5,0%
  • Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: -3,3%
  • Combustíveis e lubrificantes: -3,1%
  • Tecidos, vestuário e calçados: -1,7%
  • Hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -0,4%

Por outro lado, três segmentos mantiveram crescimento:

  • Outros artigos de uso pessoal e doméstico: +0,6%
  • Móveis e eletrodomésticos: +0,7%
  • Livros, jornais, revistas e papelaria: +0,8%

No varejo ampliado, também houve queda nas vendas de veículos e motos (-0,8%) e material de construção (-2,8%).

Perspectivas para 2025

O crescimento expressivo de 2024 reforça a recuperação do comércio varejista, impulsionado pelo consumo de bens essenciais e pelo setor farmacêutico. No entanto, a desaceleração nos últimos meses do ano pode indicar um cenário mais desafiador para 2025, com possíveis impactos da política monetária e da inflação sobre o poder de compra da população.

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