Nos Estados Unidos, o Calendário do Google não reconhecerá mais automaticamente o Mês da História Negra (Black History Month) e o Mês do Orgulho Gay (Pride Month), informou a empresa. A partir de agora, os usuários precisarão adicionar manualmente essas datas e outras celebrações comemorativas no aplicativo de calendário da empresa.
Anteriormente, a plataforma exibia automaticamente algumas datas culturais e feriados nacionais, mas a empresa decidiu limitar a exibição apenas a feriados públicos e observâncias nacionais listadas pelo site timeanddate.com.
Mudança busca padronização global do Calendário do Google
Em um comunicado enviado ao site norte-americano USA TODAY, um porta-voz do Google explicou que a decisão foi tomada para tornar a exibição de datas mais uniforme globalmente:
“Há mais de uma década, trabalhamos com o timeanddate.com para exibir feriados públicos e observâncias nacionais no “Google Calendar”. Há alguns anos, a equipe do “Calendar” começou a adicionar manualmente um conjunto mais amplo de momentos culturais em diversos países do mundo.”
No entanto, a empresa recebeu reclamações sobre a ausência de algumas datas importantes em certos países, o que tornou a manutenção global desses eventos inviável e inconsistente.
“Recebemos feedback de que alguns eventos e países estavam faltando – e manter centenas de momentos manualmente e de forma consistente em nível global não era escalável nem sustentável.”
Por isso, em meados de 2024, o Google decidiu retornar ao modelo anterior, exibindo apenas feriados públicos e observâncias nacionais do timeanddate.com, enquanto permite que os usuários adicionem outros momentos importantes manualmente.
Outras datas afetadas pela mudança
Além do Mês da História Negra e do Mês do Orgulho Gay, outras celebrações não aparecerão mais automaticamente no Calendário do Google, incluindo eventos como o Dia dos Professores e o Ano Novo Lunar.
No entanto, o Google enfatizou que continua celebrando e promovendo momentos culturais em outros produtos da empresa.
Os usuários ainda poderão personalizar suas configurações no aplicativo para exibir ou ocultar as observâncias nacionais que permanecem na plataforma.
Google Maps e a polêmica da mudança do “Golfo do México” para “Golfo da América”
A mudança no Calendário do Gogole ocorre pouco depois de outra alteração polêmica envolvendo o Google Maps. A empresa recentemente renomeou o Golfo do México como “Golfo da América” após um decreto assinado pelo presidente Donald Trump em 20 de janeiro de 2025.
Em um comunicado oficial, Trump justificou a decisão:
“A área anteriormente conhecida como Golfo do México sempre foi um ativo integral para nossa Nação e permanece uma parte indelével da América.”
A mudança gerou reações mistas, e o Google se pronunciou na rede social X (antigo Twitter) afirmando que segue diretrizes governamentais para atualizações geográficas. A empresa destacou que sua política de mapas sempre reflete nomes oficiais adotados por fontes governamentais, como a US Geological Survey (agência geológica dos EUA).
“Temos uma prática de longa data de aplicar mudanças de nomes quando elas são atualizadas em fontes governamentais oficiais.”
A empresa também mencionou que, em alguns países, os mapas exibem variações de nomes oficiais, garantindo que os usuários vejam tanto o nome local quanto o nome adotado globalmente.
A mudança no nome do Golfo do México para Golfo da América faz parte de uma série de decisões recentes do governo Trump para enfatizar a identidade nacionalista dos EUA, seguindo a mesma lógica da tentativa anterior de renomear o Monte Denali como Monte McKinley.
Com essas alterações, o Google segue ajustando suas plataformas para se alinhar a diretrizes governamentais e manter padrões globais de exibição de informações, ainda que essas mudanças gerem controvérsias.