Teresina – A crise da limpeza urbana de Teresina se agravou com a revelação de que 40 mil toneladas de lixo ficaram acumuladas nas ruas da capital devido à falta de coleta regular no final de 2024. O diretor-presidente da Empresa Teresinense de Desenvolvimento Urbano (Eturb), Vicente Moreira Filho, destacou que a nova gestão encontrou o setor em total desorganização, sem sequer haver medições dos serviços prestados em dezembro, o que comprometeu os pagamentos e a continuidade das operações.
“Nós recebemos uma situação bem complicada com relação à limpeza da cidade. Fizemos uma avaliação de que existia cerca de 40 mil toneladas de resíduos sem coleta nas ruas e foi uma determinação do prefeito que logo nos primeiros dias, nós aumentássemos a quantidade de caminhões para retirar esse excesso de resíduos”, afirmou o gestor.
Diante desse cenário, o prefeito Silvio Mendes determinou o depósito de R$ 16,8 milhões em juízo para garantir o pagamento dos trabalhadores responsáveis pela coleta. No entanto, segundo Vicente Moreira, o problema administrativo herdado da gestão do Dr. Pessoa dificulta a regularização dos pagamentos.
“Com relação a dezembro, sequer tem a medição do valor no sistema da prefeitura, então eles não podem alegar débito do município porque não existe o pedido do pagamento”, explicou.
O impasse ocorre em meio a uma crise recorrente no setor, evidenciando a falta de um modelo eficiente e sustentável para a gestão dos resíduos sólidos em Teresina. A suspensão da licitação principal pelo Tribunal de Contas e os entraves administrativos agravam a situação, reforçando a necessidade de uma reformulação estrutural no serviço.
“Nós fomos surpreendidos agora quando começamos a fazer os pagamentos, com o cancelamento das notas fiscais”, concluiu o diretor da Eturb.
