Brasil, 16 de março de 2025
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Brasil assume liderança da Trilha Financeira do BRICS com foco em IA e sustentabilidade

O Brasil, que preside o bloco neste ano, terá a responsabilidade de definir a agenda e conduzir as negociações econômicas entre os 11 países membros.
Atualmente, o grupo Brics é composto por dez países. Foto: Divulgação

O Banco Central do Brasil (BC), em parceria com o Ministério da Fazenda, assumiu em 2025 a liderança da Trilha Financeira do BRICS, coordenando discussões estratégicas sobre inteligência artificial (IA), pagamentos transfronteiriços e finanças sustentáveis. O Brasil, que preside o bloco neste ano, terá a responsabilidade de definir a agenda e conduzir as negociações econômicas entre os 11 países membros.


Pagamentos transfronteiriços e desafios regulatórios

Um dos principais focos da Trilha Financeira será a modernização dos sistemas de pagamentos internacionais, reduzindo custos, tempo de transferência e barreiras regulatórias. Segundo Marcelo Aragão, chefe do Departamento de Assuntos Internacionais (Derin) do BC, o objetivo é aprofundar estudos sobre soluções tecnológicas e ampliar a integração entre os sistemas de pagamento bilaterais já em uso pelos países do BRICS.

— O grupo pretende encontrar formas de superar desafios como velocidade de transferências, altas taxas e barreiras regulatórias — explicou Aragão.


Inteligência artificial no setor financeiro

A inteligência artificial (IA) também estará na pauta do BRICS, por meio do grupo Fintech Research: Innovation Hub, que estudará as abordagens dos países membros em dois eixos principais:

  • Uso interno da IA por bancos centrais, incluindo governança e segurança da tecnologia;
  • Legislação e regulamentação da IA no setor financeiro, comparando políticas existentes e propostas nos países do bloco.

O objetivo é promover cooperação e identificar melhores práticas, garantindo que a adoção da tecnologia ocorra de maneira responsável e eficiente dentro dos mercados financeiros dos países do BRICS.


Brasil prioriza finanças sustentáveis e riscos climáticos

Outro destaque da presidência brasileira será a transição climática e finanças sustentáveis. O BC propôs a criação de um relatório conjunto do BRICS para aprofundar a análise de riscos climáticos e desenvolver testes de estresse no setor financeiro. O estudo avaliará:

  • Marcos de gestão de riscos climáticos adotados por bancos centrais e supervisores financeiros;
  • Identificação e mensuração dos principais riscos climáticos físicos e de transição enfrentados pelas economias do bloco.

A iniciativa está alinhada aos compromissos do Acordo de Paris, reforçando a importância de práticas sustentáveis na economia global.


Calendário de reuniões da Trilha Financeira do BRICS

A presidência brasileira coordenará uma série de reuniões estratégicas ao longo do ano:

25 de fevereiro – 1ª Reunião de Deputies de Finanças e Bancos Centrais (Cidade do Cabo, África do Sul).
Abril – 2ª Reunião de Deputies (Washington, EUA, durante encontro do FMI/Banco Mundial).
Junho – 3ª Reunião de Deputies (Brasil).
Junho/Julho – 1ª Reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais (Brasil), seguida pela Cúpula do BRICS.


Brasil fortalece protagonismo global

O chefe do Derin, Marcelo Aragão, destacou que a liderança da Trilha Financeira reforça o protagonismo do Brasil no cenário global.

— O grupo ganha cada vez mais proeminência internacional, amadurecendo seus debates e expandindo o número de membros. Nossa presidência é uma oportunidade estratégica para consolidar temas-chave para o futuro do bloco — afirmou Aragão.

Atualmente, o grupo Brics é composto por dez países. Os cinco membros originais são: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul. Além disso, em 2023, cinco novos países se juntaram ao bloco como membros plenos: Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos. Há também planos para convidar outros países a participarem como membros associados, incluindo Cuba, Bolívia, Turquia e mais nove nações.

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