Teresina, 13 de fevereiro de 2025
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Plano de Trump para Gaza gera rejeição dos países árabes e polêmica internacional

Proposta de Donald Trump para a Faixa de Gaza gera forte rejeição entre países árabes e críticas internacionais. Especialistas alertam para possíveis violações ao direito internacional.
Donald Trump. Foto: Casa Branca

As recentes declarações do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a Faixa de Gaza provocaram forte rejeição entre países árabes e geraram um intenso debate internacional. Trump sugeriu que os EUA assumam o controle do território palestino após o fim dos combates entre Israel e Hamas, além de propor a realocação da população palestina para países vizinhos, como Egito e Jordânia. O plano também prevê um grande projeto de reconstrução econômica na região.

A proposta foi rapidamente refutada por diversos governos e organizações internacionais, que a classificaram como violação do direito internacional e potencial crime de guerra.

O plano de Trump para Gaza

Durante uma coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, Trump afirmou que sua administração teria um papel ativo na governança de Gaza assim que o conflito chegasse ao fim. Entre os principais pontos do plano, destacam-se:

  • Controle dos EUA sobre Gaza: Washington assumiria o comando do território para garantir segurança e reconstrução.
  • Realocação dos palestinos: Inicialmente apresentada como uma solução permanente, a proposta foi posteriormente suavizada pela Casa Branca, que afirmou que o deslocamento seria temporário.
  • “Riviera do Oriente Médio”: Trump mencionou a intenção de transformar Gaza em um polo de desenvolvimento econômico, inspirado em destinos turísticos de luxo.

As declarações geraram forte indignação, levando a reações diplomáticas e desmentidos por parte de sua própria equipe.

Contradições na Casa Branca e reações internacionais

Pouco depois das declarações de Trump, a Casa Branca tentou amenizar a polêmica. A porta-voz Karoline Leavitt e o Secretário de Estado Marco Rubio enfatizaram que qualquer realocação de palestinos seria temporária e voltada para a reconstrução. Ainda assim, a comunidade internacional reagiu de maneira contundente.

  • ONU: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos alertou que transferências forçadas de populações são estritamente proibidas pelo direito internacional.
  • Especialistas em direito internacional: Analistas afirmam que a proposta pode configurar crimes de guerra, agressão e limpeza étnica, com possível julgamento no Tribunal Penal Internacional (TPI).
  • Países europeus e árabes: Líderes internacionais condenaram a ideia, alertando para os riscos de desestabilização regional.

Mesmo após as tentativas de atenuar suas declarações, Trump reafirmou seu plano na rede social Truth Social, assegurando que não enviaria soldados americanos para Gaza durante o processo de reconstrução.

Países árabes rejeitam plano e alertam para riscos regionais

A proposta de Trump recebeu forte oposição de países árabes, especialmente daqueles diretamente afetados pela crise palestina. Entre as principais reações, destacam-se:

  • Arábia Saudita: O governo saudita reafirmou seu compromisso com a criação de um Estado palestino independente e rejeitou qualquer tentativa de normalizar relações com Israel sem esse pré-requisito.
  • Egito e Jordânia: Os dois países recusaram qualquer plano que envolva a realocação de palestinos para seus territórios, mesmo diante da pressão diplomática dos EUA.
  • Emirados Árabes Unidos: O governo dos EAU expressou total repúdio a qualquer violação dos direitos dos palestinos.
  • Catar: O grupo Hamas solicitou uma cúpula árabe-islâmica urgente para debater a proposta de Trump e buscar um posicionamento unificado contra a medida.

Além das reações individuais, ministros das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Egito, Jordânia, Emirados Árabes e Catar enviaram uma carta conjunta ao secretário de Estado Marco Rubio. No documento, alertam que qualquer tentativa de anexação de Gaza por Israel ou deslocamento forçado da população palestina pode comprometer a estabilidade regional.

Consequências para Trump e a política externa dos EUA

O plano de Trump pode ter impacto direto em sua posição política dentro e fora dos Estados Unidos. Analistas apontam que a proposta pode gerar consequências negativas para sua campanha eleitoral, especialmente entre eleitores árabe-americanos e defensores dos direitos humanos.

Além disso, o plano aumenta a tensão diplomática entre os EUA e seus aliados no Oriente Médio, dificultando futuras negociações de paz e potencialmente comprometendo acordos estratégicos com países árabes.

Com as críticas aumentando e a pressão internacional crescendo, resta saber se Trump seguirá adiante com suas propostas ou se seu partido buscará alternativas para mitigar os danos políticos e diplomáticos causados por suas declarações.

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