O Ministério da Saúde anunciou um investimento de R$ 150 milhões para fortalecer a vacinação nas escolas de todo o país. O objetivo é garantir o acesso aos imunizantes do Calendário Nacional de Vacinação e aumentar a cobertura vacinal entre crianças e adolescentes de até 15 anos. A estratégia foi definida na Comissão Intergestores Tripartite (CIT), reunindo representantes dos governos federal, estaduais e municipais.
A ação ocorrerá entre abril e maio de 2025 e contará com o apoio do Programa Saúde na Escola (PSE). A iniciativa visa não apenas ampliar a imunização, mas também combater a hesitação vacinal e mapear bolsões de não vacinados, garantindo maior proteção contra doenças imunopreveníveis.
Recursos e estratégia de distribuição
Dos R$ 150 milhões previstos, R$ 15,9 milhões serão repassados diretamente aos estados, enquanto os municípios receberão R$ 134 milhões. Segundo Eder Gatti, diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI), a distribuição levará em conta fatores como tamanho do território, dificuldades logísticas e o número de escolas, com peso diferenciado para unidades de ensino rurais.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a importância da medida. “Esta é uma ação para intensificar a vacinação no nosso país e reduzir o risco de doenças imunopreveníveis entre as crianças e adolescentes. Assim como fizemos em 2024, seguimos na recuperação da cobertura vacinal no Brasil, e as escolas precisam estar engajadas nesse processo”, afirmou.
Quais vacinas serão oferecidas?
A campanha abrangerá todas as vacinas do calendário básico e alguns imunizantes essenciais para a proteção infantil e juvenil, incluindo:
- Para crianças de 8 meses a menores de 5 anos (ensino infantil): Febre Amarela, Tríplice Viral e Tríplice Bacteriana (DTP);
- Para crianças de 5 a 15 anos (ensino infantil, fundamental e médio): Febre Amarela, Tríplice Viral, Tríplice Bacteriana (DTP), Meningocócica ACWY e HPV.
Além da campanha nas escolas, o Ministério da Saúde promoverá ações para atualização da caderneta de vacinação, com busca ativa de crianças e adolescentes não vacinados. Essas atividades ocorrerão entre outubro e novembro de 2025.
O papel do Programa Saúde na Escola
Criado para integrar ações de saúde e educação, o PSE busca não apenas garantir vacinação, mas também promover qualidade de vida, reduzir evasão escolar e melhorar a frequência dos estudantes. No biênio 2023/2024, o número de estudantes beneficiados pelo programa cresceu 1,5 milhão, atingindo 24,9 milhões de alunos.
Com essa nova etapa, o governo pretende reforçar a parceria entre escolas e unidades de saúde, garantindo maior adesão à vacinação e proteção coletiva. Estados e municípios terão papel fundamental na implementação da estratégia, organizando campanhas locais e conscientizando pais e responsáveis sobre a importância da imunização.
Por que vacinar nas escolas?
Especialistas defendem que levar a vacinação para as escolas aumenta o acesso, reduz desigualdades e melhora os índices de cobertura vacinal. Com o Brasil enfrentando desafios na imunização nos últimos anos, a ação reforça o compromisso do governo com a saúde pública e a erradicação de doenças evitáveis.
A expectativa é que a estratégia fortaleça o combate à desinformação sobre vacinas, garantindo um ambiente mais seguro para crianças e adolescentes em todo o país.