São Paulo – O reajuste anunciado pela Petrobras no preço do diesel não será suficiente para eliminar a diferença entre os valores praticados no Brasil e no mercado internacional, segundo avaliação da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
Mesmo com a alta de R$ 0,22 por litro, que entra em vigor neste sábado (1º), a defasagem em relação ao preço internacional ainda será significativa. Antes do anúncio da Petrobras, a diferença era de R$ 0,59 por litro, o equivalente a 17% abaixo da cotação externa.
O novo preço médio do diesel nas refinarias da estatal passará a ser de R$ 3,72 por litro, um reajuste que, segundo a Petrobras, reflete ajustes internos de custo e arredondamento dos preços praticados no Brasil.
Defasagem persiste desde dezembro
Desde dezembro de 2024, o preço do diesel vendido pela Petrobras já estava abaixo do mercado internacional. A Abicom aponta que, pelo menos desde o dia 11 de dezembro, essa diferença permaneceu acima dos 10%, dificultando a competitividade dos importadores no setor.
A defasagem ocorre porque, diferentemente do que acontecia no passado, a Petrobras não segue mais a política de paridade internacional (PPI). Desde maio de 2023, a estatal passou a adotar uma nova estratégia de precificação, considerando custos internos de produção, concorrência e outras variáveis de mercado, sem se limitar exclusivamente às oscilações do dólar e do petróleo no exterior.
Impactos no mercado
O novo reajuste pode influenciar os preços nos postos de combustíveis, já que o diesel representa cerca de 30% do custo do transporte de cargas no Brasil. O setor agropecuário e os caminhoneiros, principais consumidores do produto, acompanham o impacto da alta com preocupação, pois qualquer aumento nos custos logísticos pode ter efeito inflacionário sobre bens essenciais, incluindo alimentos e produtos industrializados.
Além do reajuste da Petrobras, o diesel sofrerá um aumento adicional a partir deste sábado (1º) devido ao reajuste do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que subirá R$ 0,06 por litro.
Ainda assim, segundo a Abicom, o preço do combustível no Brasil seguirá abaixo do valor internacional, mantendo desafios para os importadores e uma possível pressão por novos reajustes no futuro.