O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, fez um apelo nesta sexta-feira (31) para que colombianos que vivem nos Estados Unidos sem documentação regular abandonem seus empregos e retornem ao país. Em sua declaração, Petro garantiu que seu governo oferecerá apoio financeiro aos repatriados, destacando que a Colômbia deve construir sua própria prosperidade econômica.
“Solicito às colombianas e colombianos sem documentos nos EUA que deixem seus trabalhos imediatamente nesse país e retornem à Colômbia o mais rápido possível. A riqueza é produzida apenas pelo povo trabalhador. (…) Vamos construir riqueza social na Colômbia”, escreveu Petro em publicação na rede social X (antigo Twitter).
A manifestação do presidente ocorre em meio a uma crescente tensão diplomática com os Estados Unidos, após a retomada de deportações em massa de colombianos como parte da política anti-imigração implementada pelo governo de Donald Trump.
Crise diplomática e deportações
Nos últimos dias, a relação entre Bogotá e Washington se deteriorou devido à recusa inicial de Petro em receber os deportados sob as condições impostas pelo governo norte-americano. A situação gerou um impasse diplomático, e Trump ameaçou a Colômbia com sanções comerciais caso o país não aceitasse seus cidadãos de volta.
Após negociações tensas, os dois governos chegaram a um acordo, e o primeiro voo com deportados colombianos pousou em Bogotá nesta semana.
Ainda nesta sexta-feira, Petro intensificou suas críticas à política imigratória de Trump, declarando que “a Estátua da Liberdade não brilha mais”, ao compartilhar um vídeo de imigrantes sendo deportados e detidos pelo Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas dos EUA (ICE, na sigla em inglês).
Retorno e apoio do governo colombiano
O governo colombiano promete um plano de apoio financeiro para os repatriados que voltarem ao país. No entanto, ainda não foram divulgados detalhes sobre o valor da ajuda e quais critérios serão adotados para distribuir o suporte econômico.
A declaração de Petro gerou reações mistas na Colômbia. Enquanto alguns setores políticos e econômicos apoiam a iniciativa de fortalecimento do mercado de trabalho interno, críticos afirmam que a decisão pode prejudicar os próprios cidadãos colombianos, já que muitos deles deixaram o país justamente devido à falta de oportunidades econômicas.
Com a repatriação forçada de milhares de colombianos, o governo Petro terá o desafio de gerar empregos e garantir condições dignas de reintegração social para os que retornarem. Nos próximos dias, novas medidas podem ser anunciadas para lidar com o impacto da política de deportação dos EUA na Colômbia.