Teresina, 31 de janeiro de 2025
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EUA deixam Brasil de fora de novo financiamento da ONU para acolhimento de refugiados venezuelanos

Segundo informações recebidas pelo governo Lula, os recursos da OIM serão direcionados para operações em regiões de conflito, como Iraque, Síria e Faixa de Gaza.
Neste sábado, o presidente dos EUA, Donald Trump, suspendeu o auxílio a refugiados residentes nos EUA. Foto: VOA

Brasília – A Organização Internacional para as Migrações (OIM), agência da ONU responsável pelo apoio a migrantes e refugiados, informou ao governo brasileiro que não há previsão de novas verbas para financiar a Operação Acolhida, programa que ampara imigrantes venezuelanos que chegam ao país. A decisão ocorre no momento em que os Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, retomam o financiamento de algumas ações humanitárias, mas deixam o Brasil de fora da lista de beneficiados.

Com essa exclusão, a operação brasileira precisará encontrar novas fontes de financiamento para continuar suas atividades, que incluem abrigamento, assistência médica e regularização documental de refugiados no norte do país.

Prioridade a outros países

Segundo informações recebidas pelo governo Lula, os recursos da OIM serão direcionados para operações em regiões de conflito, como Iraque, Síria e Faixa de Gaza. No caso do México, as verbas foram autorizadas apenas para ações na fronteira, reforçando a política restritiva de Trump em relação à imigração mexicana.

Atualmente, os Estados Unidos respondem por 60% do orçamento da OIM, sendo um dos principais financiadores da entidade. Como os recursos da organização são distribuídos por projetos específicos, não é possível remanejar dinheiro de uma operação para outra, o que impede a continuidade automática da Operação Acolhida sem novos aportes.

A decisão representa um desafio para o governo brasileiro, que agora busca alternativas para manter a assistência aos imigrantes venezuelanos.

Esforços para manter a Operação Acolhida

Diante da falta de financiamento internacional, o governo Lula articula uma alternativa para garantir a continuidade da Operação Acolhida. A Polícia Federal terá que substituir os profissionais da OIM com cerca de 40 funcionários terceirizados, para manter os serviços de triagem, documentação e suporte aos refugiados na fronteira com a Venezuela.

Fontes ligadas à direção da Polícia Federal afirmam que, no momento, não há como deslocar efetivos da corporação para cobrir as atividades realizadas anteriormente pela OIM. Com isso, a substituição por terceirizados se tornou a única alternativa viável para evitar um colapso no atendimento aos imigrantes.

Impacto humanitário

A Operação Acolhida, criada em 2018, já recebeu centenas de milhares de venezuelanos, sendo um dos maiores programas humanitários do Brasil. A retirada do financiamento externo pode comprometer a capacidade do país em continuar oferecendo abrigo, atendimento médico e suporte jurídico para esses imigrantes.

O governo brasileiro agora busca novas estratégias para garantir a continuidade do programa, seja por meio de realocação de verbas nacionais ou da busca de parcerias internacionais para mitigar os impactos da retirada do apoio da OIM.

A decisão dos Estados Unidos de excluir o Brasil do financiamento da OIM gera preocupações humanitárias e políticas, em um momento em que a migração venezuelana segue em alta e o Brasil continua sendo um dos principais destinos da diáspora do país vizinho.

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