Teresina, 30 de janeiro de 2025
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Produção de café no Brasil deve cair 4,4% em 2025, aponta Conab

A queda estimada na produção de café é de 4,4%, segundo a Conab.
Produção de café no Brasil deve cair 4,4% em 2025. Café arábica é o mais atingido.
Produção de café em queda no Brasil devido ao clima. Foto: Diário do Povo.

A safra brasileira de café em 2025 deve totalizar 51,8 milhões de sacas beneficiadas, de acordo com o 1º Levantamento de Café – Safra 2025. Os dados sobre a produção de café no Brasil foram divulgados nesta terça-feira (28) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Caso confirmado, o resultado representará uma queda de 4,4% em relação à produção de 2024.

Segundo Fabiano Vasconcellos, gerente de Acompanhamento de Safras da Conab, os números refletem os impactos de condições climáticas adversas acumuladas nos últimos anos.

“Essa safra ainda carrega os efeitos do clima de 2021 e 2023, além de parte de 2024. Apesar de esforços do setor, ela se apresenta como mais um ano desafiador para os produtores brasileiros”, explicou.

Impactos climáticos na produção de café

A redução na produtividade média nacional é um dos principais fatores que justificam a queda estimada na safra de 2025. Segundo a Conab, serão colhidas cerca de 28 sacas por hectare, o que representa uma diminuição de 3% em relação a 2024. A retração ocorre apesar do crescimento de 0,5% na área total destinada ao cultivo, que alcançou 2,25 milhões de hectares.

Os números traduzem os efeitos de altas temperaturas e restrição hídrica durante fases críticas da produção, como a floração. Esses fatores prejudicaram especialmente o café arábica, variedade mais sensível às variações climáticas e predominante em regiões como Minas Gerais, principal estado produtor do país.

Produção de Café arábica deve cair em 2025

A estimativa para a produção de café arábica é de 34,7 milhões de sacas, uma queda expressiva de 12,4% em relação ao ano anterior. Este desempenho reflete o ciclo de baixa bienalidade, característica natural dessa variedade, agravado por condições climáticas desfavoráveis. Em Minas Gerais, maior produtor de arábica no Brasil, a retração deve atingir 12,1%.

Por outro lado, o café conilon, também conhecido como robusta, apresenta uma tendência oposta. A produção estimada é de 17,1 milhões de sacas, o que representa um crescimento expressivo de 17,2%. Esse aumento se deve à maior resistência do conilon às adversidades climáticas e aos investimentos em tecnologia e manejo adotados nas principais regiões produtoras, como Espírito Santo, Rondônia e Bahia.

Repercussões econômicas e no mercado

O Brasil, maior exportador global de café, enfrenta uma combinação de desafios climáticos e de mercado que podem impactar as cotações internacionais do grão. A queda na produção do arábica, variedade mais valorizada no mercado externo, pode levar à pressão nos preços, especialmente em mercados como Europa e Estados Unidos, principais consumidores.

Por outro lado, o aumento na produção de conilon pode equilibrar parte das perdas, especialmente no segmento de café solúvel, onde a variedade robusta é amplamente utilizada.

Para os produtores, o cenário de menor produtividade acentua a necessidade de estratégias voltadas à sustentabilidade e resiliência diante de eventos climáticos extremos. O uso de tecnologias para irrigação e técnicas de manejo mais eficientes serão cruciais para mitigar os impactos de ciclos climáticos futuros.

Perspectivas para a safra de 2025

A Conab reforça que este é o primeiro levantamento da safra de 2025 e que outras estimativas serão divulgadas ao longo do ano. O objetivo é acompanhar de perto o desempenho das lavouras e atualizar projeções com base nas condições climáticas e no desenvolvimento das culturas.

Além disso, o setor cafeeiro brasileiro continuará sendo monitorado por organizações públicas e privadas, visando garantir competitividade e estabilidade em um mercado cada vez mais exigente.

O Brasil segue sendo uma potência no mercado global de café, mas os dados reforçam a importância de estratégias para lidar com mudanças climáticas e garantir a sustentabilidade da produção.

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