Teresina, 30 de janeiro de 2025
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Por que a China está de olho na África?

China fortalece parceria com países africanos através de investimentos em infraestrutura, alta tecnologia e energia limpa.
China
Bandeira da China. Foto: Reprodução

O comércio entre a China e os países africanos tem crescido significativamente nas últimas décadas, transformando a dinâmica econômica e política no continente africano. Essa relação estratégica, consolidada por meio do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), vai além da troca de bens e serviços, abrangendo investimentos em infraestrutura, tecnologia, energia e desenvolvimento sustentável.

Desde sua criação em 2000, o FOCAC tem sido a principal plataforma para coordenação multilateral entre a China e os 53 países africanos que participam do fórum, juntamente com a Comissão da União Africana. Realizado a cada três anos, o fórum promove colaborações em áreas essenciais para o desenvolvimento, estabelecendo a China como um parceiro estratégico indispensável para o continente.

De infraestrutura à alta tecnologia

Historicamente, os investimentos da China na África foram concentrados em grandes projetos de infraestrutura, como rodovias, ferrovias, portos e usinas de energia. Esses projetos visavam melhorar a conectividade e criar uma base para o crescimento econômico. No entanto, nos últimos anos, a estratégia chinesa evoluiu para atender às demandas emergentes de modernização tecnológica e sustentabilidade no continente.

Hoje, os principais setores de investimento incluem:

  • Telecomunicações e Alta Tecnologia: A China tem fornecido tecnologias de ponta, como redes de telecomunicações 4G e 5G, satélites espaciais, painéis solares e veículos elétricos, posicionando a África na vanguarda da revolução digital.
  • Energia Sustentável: Os investimentos em infraestrutura energética continuam, mas com foco crescente na modernização da rede elétrica e na adoção de energias renováveis, como solar e eólica.
  • Agricultura: A modernização do setor agrícola, com a introdução de tecnologias sustentáveis, tem sido fundamental para aumentar a produtividade e reduzir a dependência de importações alimentares.
  • Indústria e Manufatura: A China está ajudando a industrializar a África, promovendo a criação de cadeias de suprimento locais e impulsionando o setor manufatureiro.
  • Educação e Saúde: Os investimentos incluem a construção de escolas e hospitais, reforçando os serviços sociais nos países africanos.

Estratégias de financiamento e compromissos financeiros

Uma das abordagens mais notáveis da China é a estratégia conhecida como “oil for infrastructure”. Por meio dessa prática, a China financia projetos de infraestrutura em troca de acesso a recursos naturais, como petróleo e minerais. Essa abordagem tem permitido que países africanos desenvolvam sua infraestrutura sem assumir dívidas financeiras imediatas, ao mesmo tempo que garante à China o acesso a matérias-primas essenciais.

Na cúpula mais recente do FOCAC, realizada em setembro de 2024, a China anunciou um investimento adicional de 360 bilhões de yuans (cerca de R$ 285 bilhões) para projetos no continente até 2027. Em 2022, os investimentos chineses na África totalizaram aproximadamente US$ 5 bilhões, concentrados principalmente em infraestrutura e energia.

Impactos econômicos e sociais

Os investimentos chineses na África têm gerado impactos significativos, tanto econômicos quanto sociais. No setor de infraestrutura, rodovias e ferrovias construídas com financiamento chinês melhoraram a conectividade interna e regional, facilitando o comércio e a mobilidade. Além disso, projetos de energia têm ajudado a atender à crescente demanda do continente, promovendo o desenvolvimento industrial.

No entanto, a parceria também levanta preocupações. Críticos argumentam que o modelo de financiamento chinês pode aumentar o endividamento de países africanos, enquanto outros apontam para a falta de transferência tecnológica em alguns projetos. Ainda assim, os defensores da parceria ressaltam que os investimentos têm contribuído para reduzir lacunas históricas de infraestrutura e tecnologia na África.

A expansão do comércio

Produtos chineses, como eletrônicos e veículos, são amplamente exportados para o continente, enquanto a África fornece recursos naturais, como petróleo, gás e minerais, essenciais para a indústria chinesa.

Um dos aspectos mais notáveis da parceria é a transição da China de grandes obras de infraestrutura para projetos tecnológicos mais avançados. Redes de telecomunicação 5G, satélites espaciais e veículos elétricos estão ajudando a modernizar economias africanas, criando novas oportunidades de crescimento e conectividade.

Oportunidades futuras

Apesar do sucesso da parceria, desafios persistem. A sustentabilidade da dívida, o impacto ambiental de projetos de infraestrutura e as questões relacionadas à governança local são pontos críticos que precisam ser abordados. Ainda assim, a colaboração entre a China e os países africanos representa uma oportunidade única para transformar o continente em um polo econômico global.

Com a China fortalecendo seu papel como parceiro estratégico, a África está gradualmente se posicionando como um ator relevante no cenário global, graças aos avanços em infraestrutura, tecnologia e energia limpa. A parceria, se bem gerida, tem o potencial de redefinir o futuro econômico do continente e fortalecer os laços entre os dois lados por décadas.

Qual foi o crescimento da economia da China em 2024?

A economia da China cresceu 5% em 2024, conforme anunciado pelo Gabinete Nacional de Estatísticas do país. Apesar de atingir a meta de “cerca de 5%” definida pelo governo, o índice representa o pior desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) chinês desde 1990, com exceção dos anos afetados pela pandemia.

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