Teresina, 30 de janeiro de 2025
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Teresina enfrenta desafios críticos com alagamentos e desastres climáticos

Teresina sofre riscos de alagamentos. Fatores urbanos e climáticos contribuem para o problema.
Teresina sofre problemas de enchentes. Além das questões climáticas, falta de infraestrutura agrava riscos. Foto: Diário do Povo.

Teresina, a capital do Piauí, enfrenta sérios desafios relacionados a desastres climáticos, com as inundações emergindo como uma das principais preocupações. A cidade, que está localizada em uma área de risco, lida com um cenário agravado pela urbanização descontrolada, mudanças climáticas e infraestrutura inadequada. Mais de 43 mil pessoas vivem em áreas de risco no estado, muitas delas em Teresina, que possui regiões especialmente vulneráveis a alagamentos.

Áreas críticas sob risco

A Defesa Civil monitora 27 áreas de risco em Teresina, enquanto um levantamento mais amplo mapeou 56 regiões suscetíveis a alagamentos. Entre as áreas mais críticas estão Vila Apolônia, Olarias, Poti Velho, Alto Alegre e Conjunto Jardim Europa. Essas regiões frequentemente enfrentam enchentes devido à ocupação desordenada, falta de planejamento urbano e problemas graves de drenagem.

Além disso, bairros como Vila da Paz e Vale do Gavião têm histórico de inundações, agravado pela impermeabilização do solo e pelo acúmulo de lixo, que entope bueiros e dificulta o escoamento das águas pluviais.

Vale do Gavião, em Teresina.
No bairro Vale do Gavião, área sob risco de desabamento. Foto: Diário do Povo.

Principais causas das inundações em Teresina

As inundações em Teresina são resultado de uma combinação de fatores climáticos e urbanos:

  • Chuvas intensas: O período chuvoso, que vai de janeiro a maio, registra precipitações que podem ultrapassar 1.300 mm anuais. Eventos extremos, como os causados pela Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), intensificam o volume das chuvas.
  • Urbanização desordenada: A ocupação de áreas inundáveis, como margens de rios e lagoas, agrava a exposição da população aos desastres. Em Teresina, a pressão por moradia resultou na construção em locais inadequados.
  • Intervenções hídricas: A abertura das comportas da barragem de Boa Esperança, necessária durante períodos de chuvas intensas, eleva os níveis dos rios Poti e Parnaíba, contribuindo para transbordamentos que impactam amplas áreas urbanas.
  • Falta de drenagem: A canalização e o aterramento de rios e lagoas prejudicaram o sistema de drenagem natural, agravando os alagamentos em períodos de fortes chuvas.

Impactos sociais e econômicos

Os alagamentos não apenas destroem infraestruturas, como residências e ruas, mas também colocam vidas em risco. Eventos de grande magnitude, como os registrados em 2019, resultaram em casas submersas e na declaração de estado de calamidade pública. Famílias em áreas de risco frequentemente perdem bens e são forçadas a abandonar suas residências.

A população mais vulnerável, em geral de baixa renda, é a mais impactada, residindo em regiões de alta suscetibilidade a enchentes. Além disso, a recuperação das áreas afetadas exige altos investimentos do poder público, comprometendo recursos que poderiam ser direcionados para prevenção.

Há 40 anos, Teresina vivia o drama de uma das maiores enchentes de sua história.
Fotografia de 1985 mostra famílias da zona Norte de Teresina afetadas por enchente. Foto: Jornal O DIA

Enchentes históricas em Teresina deixam marcas de destruição e resiliência

Teresina, a capital piauiense, carrega na memória urbana uma série de enchentes históricas que causaram devastação e destacaram a vulnerabilidade da cidade a desastres climáticos. Entre os eventos mais marcantes, estão os seguintes anos:

  • 1926: A maior enchente da história de Teresina foi registrada neste ano. Com um transbordamento rápido e avassalador, a cheia causou danos significativos, deixando um legado de destruição e alertas para o planejamento urbano da época.
  • 1985: Um evento de cheia significativo, marcado por grandes vazões dos rios Parnaíba e Poti, resultou em extensos alagamentos, afetando milhares de pessoas e expondo fragilidades na infraestrutura da cidade.
  • 2004: O volume de chuvas alcançou 1.646,2 mm ao longo do ano, levando ao desabrigo de cerca de 3.000 famílias. Essa enchente foi uma das mais impactantes das últimas décadas, forçando a mobilização de esforços emergenciais.
  • 2008: Com uma pluviometria anual de 1.714,9 mm, aproximadamente 3.500 pessoas ficaram desabrigadas. Neste ano, o rio Poti registrou a segunda maior vazão da década, reforçando a necessidade de medidas preventivas.
  • 2009: Este foi um dos anos mais graves para a cidade, com uma precipitação de 2.028 mm. Cerca de 14.400 pessoas foram afetadas pelas inundações, com milhares de famílias desabrigadas ou desalojadas. Este episódio destacou a urgência de soluções mais robustas para mitigar os impactos das chuvas intensas.

Essas enchentes não apenas provocaram perdas materiais e deslocaram milhares de famílias, mas também evidenciaram a importância de políticas públicas voltadas para a prevenção de desastres e a resiliência urbana em Teresina.

Medidas de mitigação

A Defesa Civil e o Serviço Geológico do Brasil têm intensificado o mapeamento de áreas de risco, um passo essencial para planejar intervenções preventivas. Planos de contingência, campanhas de conscientização e investimentos em drenagem urbana são apontados como medidas prioritárias.

Ainda assim, especialistas alertam que é necessário enfrentar questões estruturais, como a falta de planejamento urbano e a baixa manutenção dos sistemas de drenagem. “O acúmulo de lixo e a ocupação inadequada são problemas que precisam de soluções urgentes”, afirmou um técnico da Defesa Civil.

Mudanças climáticas podem afetar Teresina

As mudanças climáticas aumentam a frequência e a intensidade das chuvas, tornando o problema dos alagamentos mais grave. Especialistas destacam que Teresina precisa de um plano robusto de adaptação às mudanças climáticas, priorizando investimentos em infraestrutura resiliente e soluções para reduzir a vulnerabilidade das populações em risco.

Enquanto isso, a população da capital piauiense segue vivendo sob a ameaça constante de desastres climáticos, com a necessidade urgente de ações integradas entre governo, sociedade civil e entidades privadas para mitigar os impactos e proteger os moradores.

Áreas de maior risco em Teresina enfrentam alagamentos frequentes

Teresina conta com diversas regiões classificadas como áreas de risco elevado, onde os alagamentos são uma ameaça constante, especialmente durante o período chuvoso. De acordo com a Defesa Civil, a cidade possui 56 áreas mapeadas como suscetíveis a desastres climáticos, das quais as mais críticas incluem:

  • Vila Apolônia: Ocupações irregulares e lagoas aterradas tornam a área extremamente vulnerável.
  • Olarias: Problemas graves de drenagem levam a alagamentos frequentes.
  • Poti Velho: A proximidade com rios expõe a região a inundações em épocas de chuva intensa.
  • Alto Alegre: Histórico de alagamentos devido à falta de infraestrutura adequada.
  • São Francisco: Sofre com ocupação desordenada e drenagem insuficiente.
  • Conjunto Jardim Europa: Considerada uma das áreas mais críticas, com alta vulnerabilidade a desastres.
  • Vila da Paz e Vale do Gavião: Também integram os pontos destacados por estudos da Defesa Civil como locais de grande risco.

A vulnerabilidade dessas regiões está diretamente relacionada à urbanização desordenada, sistemas de drenagem inadequados e ocupação de áreas naturalmente inundáveis, o que agrava os impactos das chuvas intensas e coloca milhares de pessoas em risco.

Clima de Teresina é marcado por chuvas intensas e calor intenso ao longo do ano

Teresina, capital do Piauí, possui um clima tropical semiúmido, caracterizado por altas temperaturas durante todo o ano e um período de chuvas concentrado entre janeiro e maio.

  • Período chuvoso (janeiro a maio): Essa época é marcada por chuvas intensas e rápidas, com precipitações anuais que podem ultrapassar os 1.300 mm. As fortes chuvas são frequentemente associadas a eventos climáticos extremos, como a atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Durante esse período, são comuns alagamentos e enxurradas em áreas vulneráveis da cidade.
  • Estação seca (junho a dezembro): Nos meses seguintes, o clima é predominantemente quente e seco, com baixa umidade e temperaturas que podem ultrapassar os 40°C em dias mais extremos. Esse calor intenso é uma característica marcante da região, apelidada de “Cidade Verde”.

Apesar das chuvas serem concentradas em apenas parte do ano, a intensidade do período chuvoso, aliada à urbanização desordenada e ao solo impermeabilizado, agrava os riscos de desastres climáticos como inundações e deslizamentos em diversas áreas da cidade.

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