O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou de forma veemente a detenção arbitrária de sete funcionários da ONU pelas autoridades Huthis no Iêmen, ocorrida em 23 de janeiro. Em comunicado, Guterres exigiu a libertação imediata e incondicional dos detidos, além de outros membros de organizações internacionais, sociedade civil e missões diplomáticas presos arbitrariamente desde 2021.
“A detenção contínua e arbitrária é inaceitável. Estes ataques afetam diretamente a capacidade da ONU de prestar ajuda a milhões de pessoas necessitadas no Iêmen”, afirmou Guterres. Ele também reforçou que os funcionários e parceiros da ONU não devem ser perseguidos no exercício de suas funções e pediu garantias de segurança para todos os envolvidos.
Contexto da crise com a ONU
A situação ocorre em meio à guerra civil no Iêmen, que já dura mais de uma década. Os rebeldes Huthis, que controlam a capital Saná e outras regiões do norte e oeste do país desde 2015, enfrentam acusações de detenções arbitrárias e ataques a civis. Recentemente, o grupo anunciou a libertação de “dezenas de prisioneiros de guerra” em uma “iniciativa unilateral”, mas o gesto não amenizou as críticas internacionais sobre suas ações.
A guerra civil devastou o país, resultando em uma das piores crises humanitárias do mundo. Milhões de pessoas enfrentam fome, falta de acesso a cuidados médicos e deslocamento forçado. A intervenção de organizações internacionais tem sido fundamental para mitigar os impactos, mas a insegurança e as detenções de funcionários humanitários dificultam o trabalho no terreno.
Apelo à paz e à ação humanitária
Guterres destacou que os Huthis devem “agir no interesse do povo iemenita” e colaborar com os esforços globais para alcançar a paz no país. Ele reafirmou o compromisso das Nações Unidas em continuar buscando meios para garantir a libertação dos detidos e restaurar as condições para as operações humanitárias.
A comunidade internacional segue pressionando por soluções diplomáticas e respeito aos direitos humanos, enquanto o Iêmen permanece em um estado de fragilidade extrema. A ONU, por sua vez, reforça a urgência de proteger os trabalhadores humanitários e garantir a segurança das operações em um cenário de conflito prolongado.