O empresário americano Michael Bloomberg anunciou que sua fundação, a Bloomberg Philanthropies, irá aumentar o financiamento à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC). O objetivo é preencher o vácuo deixado pela saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, medida tomada recentemente pelo governo americano. A UNFCCC é o órgão responsável por monitorar o progresso global no combate ao aquecimento climático e traçar diretrizes para redução das emissões de gases de efeito estufa.
Bloomberg, que atualmente atua como enviado especial do Secretário-Geral da ONU para ambição e soluções climáticas, reforçou que a fundação e outros financiadores climáticos dos Estados Unidos vão garantir que o país mantenha seus compromissos climáticos, incluindo as metas de redução das emissões.
Histórico de ações climáticas de Bloomberg
Esta não é a primeira vez que Bloomberg toma uma iniciativa desse tipo. Durante o primeiro mandato do ex-presidente Donald Trump, quando os Estados Unidos também se retiraram do Acordo de Paris, o empresário, junto com o ex-governador da Califórnia Jerry Brown, criou a iniciativa America’s Pledge. A ação tinha como foco manter os compromissos climáticos americanos e divulgar os dados de emissões do país, mesmo com a ausência de apoio federal.
“De 2017 a 2020, durante um período de inação federal, cidades, Estados, empresas e o público enfrentaram o desafio de sustentar os compromissos de nossa nação. E agora, estamos prontos para fazê-lo novamente”, declarou Bloomberg em nota oficial.
Bloomberg destacou que, enquanto desastres climáticos, como os incêndios na Califórnia, devastam comunidades, os Estados Unidos também experimentam benefícios econômicos da transição para a energia limpa, com custos mais baixos e a criação de novos empregos. Ele garantiu ainda que representantes americanos comprometidos com o combate ao aquecimento global estarão presentes nas próximas Conferências Climáticas da ONU, com o financiamento de pavilhões de ações climáticas dos EUA.
Apoio ao cumprimento das metas climáticas
Segundo o comunicado, Bloomberg continuará financiando a coalizão America Is All, que reúne cidades, Estados, empresas e instituições locais empenhadas em reduzir as emissões americanas. A meta é alcançar uma diminuição entre 61% e 66% das emissões até 2035.
Simon Stiell, secretário-executivo da UNFCCC, ressaltou a importância das contribuições privadas: “Embora o financiamento governamental continue sendo essencial para nossa missão, contribuições como esta são vitais para apoiar os países no cumprimento de seus compromissos no âmbito do Acordo de Paris e na busca por um futuro de baixa emissão, resiliente e mais seguro para todos.”
Financiamento climático global
Em 2024, os Estados Unidos foram o maior financiador da UNFCCC, contribuindo com mais de 7 milhões de euros, o equivalente a 22% do orçamento da agência. China e Japão foram os dois maiores doadores subsequentes, com 5,6 milhões e 2,9 milhões de euros, respectivamente.