Teresina, 30 de janeiro de 2025
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Café e carnes devem continuar pesando no bolso em 2025

Preços do café e das carnes seguirão elevados em 2025, impactando o bolso dos consumidores. Especialistas apontam clima extremo e dólar alto como os principais responsáveis pela crise alimentar no Brasil.
Preços dos alimento deve seguir em alta durante 2025

Os preços dos alimentos no Brasil começaram 2025 em alta e a expectativa é de que itens essenciais, como carnes e café, continuem pesando no bolso dos consumidores. Segundo o IPCA-15 divulgado nesta sexta-feira (23), os alimentos subiram 1,06% em janeiro, reforçando a tendência de alta que já vinha desde 2024, quando o grupo teve uma inflação acumulada de quase 8%, consolidando-se como o maior vilão do índice no ano passado.

Especialistas alertam que as perspectivas para 2025 não indicam alívio, com fatores como questões climáticas e o dólar elevado pressionando os preços desses produtos no mercado interno.

Marcado internacional influencia preço da carne no Brasil

De acordo com Thiago Carvalho, pesquisador do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq/USP, os preços das carnes devem permanecer elevados ao longo do ano. A arroba do boi iniciou 2025 em um patamar alto, influenciada pela desvalorização do real frente ao dólar, o que torna as exportações mais atrativas para produtores e reduz a oferta no mercado doméstico.

“A dinâmica externa tem forte influência sobre os preços das carnes no Brasil. Com a maior demanda pelos produtos brasileiros e problemas de produção em países concorrentes, como Estados Unidos e Argentina, as exportações continuam ganhando força”, explica Carvalho. “A tendência é de termos preços firmes, puxados pelo setor externo durante o ano.”

Esse cenário reflete diretamente no consumidor brasileiro, que enfrenta uma redução na oferta interna e preços elevados no varejo.

Estoque e clima desfavorável continuam a impactar preço do Café

Outro item que deve pesar no orçamento em 2025 é o café. Renato Garcia Ribeiro, especialista em café do Cepea, explica que os problemas climáticos que afetaram as safras de 2024 também impactarão a produção deste ano. O Brasil, maior produtor mundial de café arábica, e o Vietnã, líder em robusta, enfrentaram dificuldades significativas, resultando em uma oferta global limitada.

Os preços no campo refletem a escassez: a saca de café arábica subiu 120% em apenas um ano, passando de R$ 1 mil em janeiro de 2024 para R$ 2,25 mil no início de 2025, segundo dados do Cepea. “Além de 2024 ter sido um ano ruim por causa do calor extremo, as condições para a produção de 2025 mostram que não devemos ter um volume expressivo de café. O estoque global está apertado, o que sustenta os preços altos”, afirma Ribeiro.

O especialista também destaca que o governo tem poucas opções para conter os preços do grão. “Sem estoques reguladores, não há muito o que fazer em termos de intervenção. A oferta global está muito limitada”, avalia.

Movimentos do governo Lula e alternativas

Diante do cenário de alta nos preços dos alimentos, o governo federal se mobiliza para buscar alternativas que aliviem o impacto no orçamento das famílias. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve se reunir com ministros nesta sexta-feira para discutir medidas que possam reduzir o custo da comida no país. O foco das discussões será encontrar formas de garantir que a produção e a oferta sejam suficientes para abastecer o mercado interno a preços acessíveis.

Embora a reunião sinalize a preocupação do governo com o tema, especialistas avaliam que as soluções para itens como carnes e café não são simples, dado o peso das dinâmicas climáticas e externas na formação dos preços.

“No caso da carne, por exemplo, o fortalecimento das exportações limita as ações de curto prazo. Já para o café, o problema é a escassez global, que exige soluções de longo prazo para ampliar a produção e estabilizar os estoques”, afirma Ribeiro.

Impacto no bolso dos brasileiros

A tendência é de que, ao menos no curto prazo, os preços desses alimentos continuem elevados, exigindo ajustes tanto do governo quanto das famílias para lidar com o impacto na economia doméstica. Enquanto isso, a conjuntura internacional e os efeitos climáticos continuam sendo fatores decisivos na dinâmica dos mercados de alimentos.

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