Entre os dias 20 e 24 de janeiro de 2025, líderes globais se reuniram em Davos, Suíça, para o Fórum Econômico Mundial, que este ano trouxe como tema principal “Colaboração para uma Era Inteligente”. Em meio a um cenário global marcado por incertezas políticas, econômicas e climáticas, o evento concentrou mais de 3.000 participantes, incluindo 350 líderes governamentais, além de representantes de empresas, organizações internacionais e sociedade civil.
Temas centrais de Davos 2025
- Reconstruindo a Confiança
Em um contexto de crescentes tensões geopolíticas e polarização social, o evento destacou a necessidade de cooperação internacional. Com governos cada vez mais focados em políticas protecionistas, o diálogo global sobre redução de desigualdades e fortalecimento das democracias foi uma das prioridades. - Reimaginando o Crescimento
O papel da inovação na recuperação econômica foi amplamente discutido. A transição para economias mais digitais e sustentáveis foi apontada como um caminho essencial para superar os impactos da pandemia e das crises globais recentes. - Investindo nas Pessoas
A adaptação da força de trabalho à era tecnológica foi outro destaque. Líderes enfatizaram a necessidade de programas de capacitação para preparar as populações para mudanças nos setores industriais e o impacto da inteligência artificial no mercado de trabalho. - Protegendo o Planeta
A sustentabilidade ambiental voltou ao centro das atenções, com foco em investimentos em tecnologias verdes, combate às mudanças climáticas e preservação dos recursos naturais. A urgência de ações climáticas concretas foi reforçada por especialistas e ativistas presentes. - Indústrias na Era Inteligente
Representantes empresariais discutiram como as mudanças tecnológicas e geoeconômicas estão moldando as indústrias. A transição para novos modelos de negócios e o papel das tecnologias disruptivas, como inteligência artificial e blockchain, dominaram as discussões.
O Brasil em Davos
A participação brasileira no Fórum de Davos 2025 foi reduzida, com o país sendo representado pelo Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. A ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi justificada por prioridades internas, como as eleições para as presidências da Câmara e do Senado, além de uma possível reforma ministerial.
Silveira aproveitou o evento para destacar os avanços do Brasil na transição energética e na produção de combustíveis sustentáveis, como o etanol e o hidrogênio verde. Em suas falas, ele reforçou o papel do Brasil como líder global em energia renovável e na proteção da Amazônia, aspectos essenciais para atrair investidores e fortalecer a imagem do país como potência ambiental.
Entretanto, a ausência de Lula e Haddad foi vista por alguns analistas como uma oportunidade perdida de posicionar o Brasil mais ativamente no cenário global, especialmente em um momento em que a sustentabilidade e a inovação ganham destaque.
Contexto global e participação dos EUA
O evento de 2025 ocorre em meio a um cenário global de alta tensão, com destaque para a guerra na Ucrânia, crises humanitárias e os desafios impostos pela ascensão de movimentos populistas. A posse recente de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos também influenciou os debates, com o líder americano participando virtualmente. Trump reiterou sua visão de políticas protecionistas e fez críticas às regulamentações ambientais, o que gerou reações mistas entre os participantes.
Além disso, discussões sobre as implicações econômicas e sociais das crises humanitárias, especialmente na África e no Oriente Médio, foram uma constante no fórum. Representantes de organizações humanitárias pediram maior cooperação global para lidar com deslocamentos em massa e desastres naturais.
Avanços tecnológicos e sustentabilidade
A revolução tecnológica é um dos pontos altos das discussões, com a inteligência artificial ocupando espaço central. Empresas como Microsoft e Google apresentaram avanços em soluções que combinam automação com sustentabilidade. Representantes da indústria tecnológica destacaram a necessidade de uma regulamentação mais clara para o uso ético dessas ferramentas.
Já na área de sustentabilidade, os debates devem ir além das promessas e focaram em soluções práticas para reduzir emissões de carbono, incluindo novos compromissos financeiros de grandes economias para apoiar países em desenvolvimento.
Para o Brasil, o evento representou uma oportunidade para reforçar sua posição como líder em energia renovável, embora a ausência de seus principais líderes políticos tenha limitado sua participação em debates estratégicos. No entanto, com os temas abordados em Davos, fica claro que o futuro dependerá da capacidade de governos e empresas de trabalharem juntos em uma era cada vez mais marcada pela interdependência global e pela necessidade de soluções inteligentes e sustentáveis.
