Teresina, 22 de janeiro de 2025
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Ministro de Lula fala em intervenção para conter alta dos preços de alimentos e gera tensão

Rui Costa sugere "intervenções" para conter a inflação de alimentos. Declaração assusta e faz o Brasil lembrar época do Sarney.
Rui Costa diz que governo Lula pode interver no preço dos Alimentos
Fala de Rui Costa faz país lembrar época do governo Sarney.

Brasília – O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinaliza a possibilidade de adotar um conjunto de intervenções para controlar a inflação de alimentos, medida que reflete não apenas preocupações econômicas, mas também a necessidade de melhorar a avaliação popular do presidente em um ano pré-eleitoral.

A declaração do ministro da Casa Civil, Rui Costa, reforça a tensão crescente entre setores do governo federal, com visões distintas sobre o caminho econômico a ser trilhado. A reação pública e da oposição foi imediata. Fala do ministro assusta porque relembra época do ex-presidente José Sarney.

Intervenções em discussão

A ideia de medidas intervencionistas para conter a alta dos preços foi debatida na reunião ministerial realizada na última segunda-feira (20). Segundo Costa, essas intervenções podem incluir compras governamentais para formar estoques reguladores, tabelamento ou congelamento de preços. No entanto, o formato final das ações ainda está em discussão e será debatido entre Lula, Costa, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e da Reforma Agrária, Paulo Teixeira.

A palavra “intervenções” escolhida por Rui Costa remete a uma abordagem mais heterodoxa, em contraste com o foco fiscalista defendido por Haddad nos dois primeiros anos do governo. O ministro da Fazenda, que conquistou a confiança do mercado ao implementar um arcabouço fiscal robusto, pode enfrentar resistência caso medidas consideradas populistas ganhem força dentro do Planalto.

Divergências internas ganhando espaço

O início de 2025 revela divergências mais explícitas entre a Casa Civil, comandada por Rui Costa, e a equipe econômica liderada por Haddad. Essas tensões, embora sutis nos anos anteriores, têm ganhado novos contornos com a chegada de Sidônio Palmeira, estrategista de comunicação próximo ao grupo de Costa, para coordenar a comunicação do governo federal.

Analistas políticos apontam que a estratégia de comunicação está cada vez mais alinhada ao grupo da Casa Civil, que defende ações de impacto direto na vida dos eleitores, mesmo que isso implique em flexibilizar compromissos com a disciplina fiscal. A chegada de Sidônio fortalece essa corrente dentro do governo, ao mesmo tempo em que pressiona Haddad a equilibrar demandas políticas com a manutenção da credibilidade econômica do Brasil.

Reeleição no horizonte

A aceleração no anúncio de medidas contra a inflação de alimentos reflete, segundo especialistas, uma preocupação do governo em pavimentar o caminho para a reeleição de Lula. O episódio envolvendo o Pix e a percepção de crises na gestão reforçam a necessidade de fortalecer a imagem do presidente entre as classes populares, que enfrentam dificuldades para manter o poder de compra diante da alta nos preços.

Na coluna de Vera Magalhães, publicada recentemente, a analista destacou a “realinhamento de planetas” dentro do governo, com o objetivo de alinhar estratégias para consolidar uma base sólida de apoio político e social.

Novas medidas para conter inflação dos alimentos

Embora a intenção de conter a inflação seja bem recebida por grande parte da população, medidas intervencionistas podem trazer riscos significativos à economia. Tabelamento ou congelamento de preços, por exemplo, têm histórico de provocar desabastecimento ou distorções no mercado. Além disso, a adoção de medidas que flexibilizem a política fiscal pode comprometer o equilíbrio das contas públicas, abalando a confiança dos investidores.

O economista Ricardo Pires, em entrevista à CBN, alertou: “Intervenções desse tipo precisam ser bem planejadas para evitar efeitos colaterais indesejados, como retração no investimento do setor privado ou pressão sobre o orçamento público.”

Cenário político e econômico

A decisão final sobre as medidas será tomada nos próximos dias, com a necessidade de um consenso entre as diferentes correntes do governo. O desafio de Lula será equilibrar a demanda por resultados imediatos, capazes de impulsionar sua popularidade, com a responsabilidade de manter a estabilidade econômica conquistada nos últimos dois anos.

Potencial de crise

O governo federal segue em um momento de definições cruciais, onde as escolhas feitas agora terão impacto direto tanto na economia quanto no cenário político de 2026. Entre a heterodoxia defendida por Rui Costa e o pragmatismo fiscal de Haddad, Lula precisará encontrar um caminho que una suas bases e garanta governabilidade sem comprometer a recuperação econômica do país.

Em menos de uma semana, o governo enfrentou uma crise de opinião pública e credibilidade em torno do Pix. A fala de Rui Costa tem potencial para jogar o governo petista numa nova crise.

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