Brasília – O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, afirmou nesta terça-feira (21) que há uma “perspectiva favorável” para que o Brasil passe por 2025 com a bandeira verde na conta de luz, o que significa que os consumidores não pagarão taxas extras nas faturas. A declaração vem como um alívio após um 2024 marcado por oscilações nas bandeiras tarifárias devido à estiagem.
Cenário climático e impacto na conta de luz
Feitosa destacou que a manutenção da bandeira verde depende das condições climáticas, especialmente no período úmido, que dura até abril. “Se continuarmos com essa previsão de chuva e, principalmente, nos locais onde está chovendo, a perspectiva é que tenhamos bandeira verde ao longo do ano”, afirmou.
Contudo, ele alertou que o cenário definitivo só será confirmado no início do período seco, em maio, quando será possível avaliar o estado dos reservatórios das usinas hidrelétricas. Caso a situação climática se deteriore, as bandeiras tarifárias poderão variar entre amarela e vermelha em momentos de maior estresse no sistema elétrico.
Entenda o Sistema de bandeiras tarifárias
O sistema de bandeiras tarifárias da Aneel indica as condições de geração de energia elétrica no país e é usado para equilibrar custos de produção. Em períodos de baixa pluviosidade, quando as hidrelétricas geram menos energia, o sistema precisa acionar usinas termelétricas, que têm um custo de operação mais elevado. Essas condições desfavoráveis levam à cobrança de taxas adicionais, divididas em três categorias:
- 🟩 Bandeira verde: Condições favoráveis – sem custo adicional.
- 🟨 Bandeira amarela: Condições menos favoráveis – R$ 18,85 por MWh utilizado.
- 🟥 Bandeira vermelha patamar 1: Condições desfavoráveis – R$ 44,63 por MWh utilizado.
- 🟥 Bandeira vermelha patamar 2: Condições muito desfavoráveis – R$ 78,77 por MWh utilizado.
Desempenho em 2024
No ano passado, o sistema de bandeiras refletiu os desafios climáticos enfrentados pelo país. Entre os meses de julho e novembro, a Aneel precisou acionar taxas adicionais devido à estiagem, especialmente nos meses de setembro e outubro, quando as bandeiras vermelhas patamar 1 e 2 foram acionadas. No entanto, dezembro fechou com bandeira verde, sinalizando uma melhora nas condições climáticas.
Confira o histórico das bandeiras tarifárias em 2024:
- Verde: Janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho, agosto e dezembro.
- Amarela: Julho e novembro.
- Vermelha patamar 1: Setembro.
- Vermelha patamar 2: Outubro.
Políticas públicas e previsibilidade
Sandoval Feitosa ressaltou que, além das condições climáticas, as políticas públicas discutidas entre o Executivo e o Legislativo terão um papel importante para garantir a previsibilidade do comportamento tarifário em 2025. A adoção de medidas que promovam maior estabilidade no setor elétrico pode reduzir os impactos para os consumidores.
“Esperamos que o comportamento tarifário ao longo do ano seja o mais previsível possível”, disse Feitosa.
Ele enfatizou que o alinhamento entre políticas públicas e o setor energético é essencial para garantir um fornecimento confiável e com menor impacto financeiro para a população.
Alívio para os consumidores
O anúncio de que janeiro de 2025 começou com bandeira verde e a perspectiva de manutenção ao longo do ano trazem alívio para os consumidores, especialmente em um cenário econômico de incertezas. Com a bandeira verde, os brasileiros podem evitar os custos adicionais que pesaram nas contas de luz em 2024.
Para economizar ainda mais, especialistas recomendam atenção ao consumo de energia, adotando medidas como uso eficiente de eletrodomésticos, aproveitamento da luz natural e controle do uso de equipamentos de alta potência, como chuveiros elétricos e ar-condicionado.
A possibilidade de um ano inteiro com bandeira verde na conta de luz é uma boa notícia para os brasileiros, indicando condições climáticas mais favoráveis e uma gestão eficiente do sistema elétrico. Contudo, a confirmação desse cenário depende da continuidade das chuvas e de decisões estratégicas no setor energético. Enquanto isso, a Aneel segue monitorando de perto as condições dos reservatórios e trabalhando para manter os custos de energia dentro do alcance da população.
